Doria diz que recebeu xingamentos do "gabinete do ódio"
(Reuters) - O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta sexta-feira que recebeu xingamentos nas redes sociais e por telefone em uma ação que considerou ser orquestrada pelo chamado "gabinete do ódio em Brasília", em referência ao grupo de assessores ligados a filhos do presidente Jair Bolsonaro que controlam as redes sociais dele, e disse que depois recebeu ameaças de invasão à sua casa.
"Ontem à noite... comecei a receber centenas de mensagens no meu Whatsapp, dezenas de telefonemas, com xingamentos, numa ação orquestarada e determinada não apenas pelos robôs, como com instruções certamente partidas do dito gabinete do ódio em Brasília, que nos últimos 15 dias só tem produzido conflagrações, atritos, conflitos, erros e instabilidade na vida do país", afirmou Doria.
Procurado, o Palácio do Planato disse que não iria comentar das declarações do governador.
Na manhã desta sexta-feira a assessoria de imprensa do governador havia informado que Doria fora alvo de ameaças de morte recebidas em seu telefone celular e fez um boletim de ocorrência sobre o caso, que será investigado pela Polícia Civil paulista.
Em entrevista coletiva, Doria não citou a ameça de morte. O governador relacionou diretamente o chamado "gabinete do ódio" somente aos xingamentos, e acrescentou que as ameaças começaram depois.
O governador disse que começou a receber depois das 22h30 de quinta-feira ameaças mais duras, "de agressão, de constrangimento e, a partir daí, ameaças de invasões à minha casa".
"Chamei a Polícia Civil, registrei boletim de ocorrência e pedi investigação, assim como já estamos monitroando todos os telefonenams que recebi", acrescentou.
Doria também afirmou não ter medo do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores, que realizaram um protesto na capital paulista nesta sexta-feira contra a quarentena decretada pelo governador como forma de deter o avanço do coronavírus. Ao contrário de Doria e outros governadores, Bolsonaro se declarou contrário a quarententas e defende isolamento parcial e que as pessoas continuem trabalhando durante a pandemia.
"Aproveito para dizer também para bolsominions, bolsonaristas, ameaçadores, agressores como esses que estão aí fora gritando, que não tenho medo de cara feia, não tenho medo de 01, 02, 03 e 04, não tenho medo de Bolsonaro", afirmou o governandor, em uma referência à maneira como o presidente se refere a seus filhos.
(Por Pedro Fonseca, com reportagem adicional de Eduardo Simões)
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