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Com três meses de confinamento, PIB cai 1,8% em 2020, estima Ipea

30/03/2020 18h56

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A economia brasileira terá retração de ao menos 0,4% este ano como consequência da pandemia de coronavírus que levou governos estaduais e locais a adotarem medidas de isolamento social, estima o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que trabalha com três cenários para o PIB, a depender do prazo de confinamento imposto pela doença.

No pior cenário, que prevê três meses de confinamento, a economia teria retração de 1,8% em 2020.

O Ipea projetava, antes da pandemia de Covid-19, uma expansão da atividade econômica de 2,1 %. Mas, com a mudança de cenário provocada pela pandemia, as projeções foram revisadas.

Segundo o Instituto, se o isolamento social perdurar por todo o mês de abril, o PIB este ano sofrerá retração de 0,4 %. Caso as restrições durem dois meses, contando a partir de abril, a queda na atividade será de 0,9 por cento.

“O custo em termos de PIB é crescente porque, mesmo com medidas mitigadoras bem sucedidas, os riscos de falências e de demissões aumentam quanto maior for o tempo em que as empresas ficam com perda muito grande (ou total) de faturamento”, disse o Ipea em seu carta de conjuntura divulgada nesta segunda-feira.

O diretor do Ipea José Ronaldo Souza Junior disse que a expectativa é de recuperação da economia a partir do terceiro trimestre. "Para que a recuperação ocorra é importante que medidas sejam tomadas para mitigar os danos sobre a economia”, afirmou à Reuters.

“Quanto mais tempo a economia ficar parada maior o impacto no PIB. Não estamos discutindo o que é melhor, com ou sem distanciamento social, estamos medindo apenas o impacto dessas perdas", acrescentou.

O Ministério da Economia também já reviu sua projeção de PIB para este ano para 0,02%, frente a estimativa anterior de crescimento de 2,1%.

Em 2019, a economia brasileira teve o terceiro ano consecutivo de crescimento modesto, ao avançar apenas 1,1%, segundo dados oficiais do IBGE, ante 1,3% em 2018 e em 2017.

(Por Rodrigo Viga Gaier)