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Colapso do consumo está deprimindo perspectivas econômicas, diz FMI

13/05/2020 13h55

Por David Lawder e Andrea Shalal

WASHINGTON (Reuters) - Um colapso no consumo e outros dados apontam uma revisão para baixo das já pessimistas perspectivas para a economia global, dada a pandemia global do coronavírus, afirmou uma autoridade do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, disse que os dados econômicos coletados desde abril estavam confirmando a previsão do organismo de uma contração de 3% na produção econômica global e apontando cenários potencialmente piores.

"Na verdade, parece que as perspectivas vão piorar", disse ela em uma conferência organizada pelo jornal Financial Times, acrescentando que o colapso do consumo provavelmente "levará a revisões para baixo".

Em abril, o FMI destacou o alto nível de incerteza em torno de suas perspectivas, observando que uma crise mais longa e profunda poderia resultar em contração de 6% em 2020 e em crescimento zero em 2021.

"Nenhum país está sendo poupado, e os números que você vê divulgados estão nas mínimas históricas", disse ela, mencionando que países em desenvolvimento e economias de mercados emergentes estão, particularmente, em risco.

Gopinath disse que havia uma possibilidade de recuperação depois de os países começarem a afrouxar as paralisações generalizadas, contanto que haja testagem suficiente para o Covid-19, a doença causada pelo vírus, rastreamento de contato para aqueles que foram infectados e quarentena apropriada para os que adoecerem.

Ela apontou uma recuperação na China, onde a demanda externa permanece fraca, mas a demanda doméstica está retomando.

Em uma aparente referência ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China, Gopinath disse que era imperativo reduzir tensões comerciais e se comprometer com fluxos de capital para além das fronteiras para evitar mais danos à economia global.

"Se queremos ter uma recuperação em que as empresas reabram, a produção aconteça (e) as pessoas sejam recontratadas... não podemos ter um colapso adicional nas cadeias de suprimentos globais", afirmou.

Gopinath também ressaltou a necessidade de fornecer ampla liquidez aos países afetados fortemente pela crise, observando que as necessidades das economias emergentes e dos países em desenvolvimento provavelmente excederiam os 2,5 trilhões de dólares inicialmente previstos pelo FMI.