NY reforça reação puxada por bancos e Ibovespa fecha a 79 mil pontos em sessão volátil
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, seguindo a reação em Wall Street, no fim de mais uma sessão volátil, conforme agentes financeiros seguem contrabalançando riscos econômicos e políticos em meio à pandemia do novo coronavírus.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,59%, a 79.010 pontos, na máxima da sessão, tendo tocado 75.696,95 pontos no pior momento. O volume financeiro somou 29,26 bilhões de reais.
A bolsa fechou com agentes financeiros na expectativa de uma bateria de resultados corporativos ainda nesta noite, entre eles o da Petrobras, após repercutir balanços conhecidos entre a noite da véspera e a manhã desta quinta-feira.
Wall Street também mostrou volatilidade, encerrando com o S&P 500 em alta de 1,15%, embora persistam receios de uma fraqueza por um período maior, com a tensão comercial EUA-China voltando ao radar.
Para o estrategista Odair Abate, da Panamby Capital, o cenário está bem complicado para o mercado brasileiro e só deve começar a se dissipar a partir do enfraquecimento da pandemia.
DESTAQUES
- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN avançaram 5,49% e 4,4%, respectivamente, após o Senado cancelar sessão que tinha na pauta projeto que estabelece um teto para juros de cartão de crédito e cheque especial. BANCO DO BRASIL ON subiu 4,31%.
- PETROBRAS PN caiu 1,08% antes da divulgação do resultado da companhia após o fechamento do pregão regular, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON recuou 2,43%.
- B3 ON valorizou-se 4,59%, antes da divulgação do resultado trimestral após o fechamento do pregão, tendo de pano de fundo dados operacionais de abril, que o BTG Pactual avaliou que sugerem um segundo trimestre melhor do que as suas expectativas, principalmente em ações.
- CEMIG PN avançou 8,46%, com o índice do setor elétrico subindo 3,21%. Uma operação em avaliação no governo para apoiar distribuidoras de energia devido aos impactos do coronavírus no setor deve envolver empréstimos de até 12 bilhões de reais, segundo as estimativas atuais, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.
- VALE ON cedeu 0,93%, acompanhando o movimento de suas pares no exterior, em sessão sem direção única no setor de mineração e siderurgia na B3, com CSN ON fechando em alta de 11,57% antes da divulgação do resultado do primeiro trimestre ainda nesta quarta-feira, após o fechamento.
- ULTRAPAR ON subiu 11,28%, mesmo após anunciar na quarta-feira que teve lucro líquido de 169 milhões de reais de janeiro a março, queda de 30% na comparação com um ano antes, uma vez que o Ebitda subiu 12,5%. No setor, BR DISTRIBUIDORA ON avançou 7,23%.
- SULAMÉRICA UNIT caiu 6,91%, após reportar forte queda no lucro do primeiro trimestre, para 79,7 milhões de reais, atingida pela desvalorização dos ativos da carteira de investimentos da companhia em renda variável, na esteira da volatilidade provocada pela pandemia do coronavírus.
- GPA ON teve um tombo de 6,26%, após prejuízo de 130 milhões de reais no primeiro trimestre, ante lucro de 126 milhões obtido na mesma etapa de 2019, refletindo impacto da compra do grupo colombiano Almacenes Éxito, que ofuscou a alta das vendas do período. O varejista vê a pandemia adiando conversões e aberturas de lojas, mas mantém planos de desinvestimento.
- AZUL PN perdeu 5,61%, após prejuízo líquido de mais de 6 bilhões de reais no primeiro trimestre, afetada pela depreciação do real e acordo com Embraer para adiamento em entrega de aviões. GOL PN subiu 3,57%. Também no radar do setor aéreo estão notícias de que a ajuda do BNDES ao segmento deve encolher para 4 bilhões de reais, menos da metade do montante inicialmente previsto.
- VIA VAREJO ON fechou em baixa de 1,31%. A dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio reportou lucro líquido de 13 milhões de reais no primeiro trimestre, ante prejuízo de 50 milhões de reais um ano antes. A queda veio mesmo com a divulgação pela companhia de que as vendas preliminares da Via Varejo em maio, incluindo o Dia das Mães, crescem 10% ante o mesmo período do ano anterior.
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