Mercado se apega a noticiário positivo e Ibovespa sobe
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, embalado pelo clima externo mais otimista em relação a reabertura e recuperação das economias, que vêm sendo duramente afetadas pela pandemia do Covid-19, com as ações de companhias aéreas liderando os ganhos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,71%, a 81.319,45 pontos, tendo superado os 82 mil pontos novamente no melhor momento. O volume financeiro totalizou 22,5 bilhões de reais.
Tal desempenho reflete o quão volátil permanece a bolsa, que, na terça-feira, o fechou em baixa 0,56%, um dia depois de registrar a maior alta percentual diária para fechamento em seis semanas.
Em Wall Street, o S&P 500 avançou de 1,67%, conforme investidores voltaram a apostar em uma rápida recuperação econômica após paralisações causadas pelo coronavírus e no potencial de mais medidas de estímulo do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).
Na visão do gestor Werner Roger, da Trígono Capital, o mercado parece querer se apegar em notícias como vacinas, redução no número de mortes, inflexão na curva de infectados, retomada da atividade em alguns países, diminuição nas restrições de mobilidade e esforço conjunto dos governos, bancos centrais e formuladores de políticas econômicas.
"No entanto, o tom ameaçador de (presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump sobre China é sempre preocupante. O petróleo se recupera, mas muitas empresas vão sofrer muito, algumas desaparecer, empregos perdidos, recessão em quase todos os países. Mas parece que os mercados se apoiam mais nas boas notícias ou na fé que a situação vai melhorar."
Outro fator que corrobora compras de ações também, segundo Roger, é que não sobram muitas opções de investimentos "pois os juros permanecerão baixos por muito tempo, sem pressões inflacionárias e trilhões de dólares despejados pelos bancos centrais e tesouro inundando o mercado com liquidez".
DESTAQUES
- AZUL PN e GOL PN avançaram 12,31% e 8,84%, respectivamente, dado o cenário mais positivo sobre alívio em restrições de circulação. Ambas as companhias áreas anunciaram aumento de voos para o mês de junho. A queda de mais de 1% do dólar ante o real era mais uma ajuda. No setor de viagens, CVC BRASIL ON subiu 6,87%.
- CIA HERING ON valorizou-se 4,55%, após divulgar na noite da véspera que venceu na Justiça Federal de Santa Catarina a ação que moveu pedindo exclusão do ICMS sobre contribuições do PIS/Cofins, no valor de 279,4 milhões de reais. LOJAS RENNER ON, que também teve confirmado crédito fiscal recentemente, avançou 4,05%.
- MULTIPLAN ON ganhou 4,83%, após assinar carta de intenções para vender o edifício Diamond Tower, uma das duas torres do complexo de escritórios Morumbi Corporate, em São Paulo, por 810 milhões de reais. No setor, IGUATEMI ON avançou 2,92% e BRMALLS ON subiu 4,64%.
- VALE ON fechou com elevação de 0,11%, em meio à nova alta dos preços dos contratos futuros de minério de ferro na China, com preocupações sobre o fornecimento a partir do Brasil e devido ao forte apetite dos chineses pela matéria-prima utilizada na fabricação do aço.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 3,32% e 3,01%, respectivamente, acompanhando a alta dos preços do petróleo no exterior.
- BANCO DO BRASIL ON avançou 2,51%, endossando o viés positivo do Ibovespa, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,41% e BRADESCO PN fechou em alta de 1,03%.
- B2W ON fechou em baixa de 3,94% após forte valorização na véspera. No setor, MAGAZINE LUIZA ON recuou 2,87% e VIA VAREJO ON perdeu 1,40%.
- MARFRIG ON perdeu 3,12%, em sessão de fraqueza de papéis de proteínas na esteira da queda do dólar em relação ao real, com MINERVA ON fechando em baixa de 3,24% e JBS ON caindo 1,17%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.