STF reduz alcance de MP que exime agentes públicos de responsabilidade por erros na pandemia
BRASÍLIA (Reuters) - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, nesta quinta-feira, reduzir o alcance dos efeitos da Medida Provisória 966, que exime agentes públicos de responsabilização em casos de eventuais erros em decisões tomadas para o combate à epidemia de coronavírus, numa derrota do governo do presidente Jair Bolsonaro.
O STF determinou que atos de agentes públicos em relação à Covid-19 devem seguir critérios técnicos e científicos de entidades médicas e sanitárias, sob pena de serem punidos. Essa foi a linha do voto vencedor, do ministro Roberto Barroso, relator do caso.
Partidos políticos e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) alegaram em ações que, ao contrário da MP, a Constituição não faz qualquer tipo de diferenciação nos casos de responsabilização por danos causados por agentes públicos.
Contestaram também o fato de a norma supostamente criar obstáculos para a fiscalização e o controle dos atos administrativos e proporcionar um ambiente permissivo durante e após a pandemia, criando uma espécie de salvo-conduto.
Barroso votou para considerar, à luz da Constituição, um "erro grosseiro" ato administrativo que possa levar à violação do direito à vida, à saúde ou ao meio ambiente equilibrado que não levar em conta critérios científicos e técnicos.
Durante o julgamento, ministros criticaram eventuais decisões que possam colocar em risco a vida das pessoas. O ministro Luiz Fux disse que tem havido na pandemia eventual uso de fármacos que, em vez de curar, podem matar o paciente -- uma indireta à decisão do governo Jair Bolsonaro de liberar o uso da cloroquina para pacientes em casos leves de Covid-19.
A ministra Cármen Lúcia disse que não há espaço para "irresponsabilidade na República Federativa do Brasil".
(Reportagem de Ricardo Brito)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.