Petrobras reduz gasolina em 4%, na 1ª queda desde abril; mantém diesel
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras reduzirá o preço médio da gasolina em suas refinarias em 4% a partir de sexta-feira, enquanto o diesel seguirá com cotações estáveis, informou a companhia por meio da assessoria de imprensa nesta quinta-feira.
O reajuste é a primeira redução de preços da estatal para o combustível desde meados de abril, quando teve início uma série de aumentos, que acompanharam em parte a recuperação do petróleo no mercado internacional devido ao relaxamento de medidas de isolamento adotadas pelo mundo para conter a disseminação do coronavírus.
Os preços do petróleo Brent, referência internacional, dispararam 120% desde mínimas de 20 anos atingidas em abril, mas o rali perdeu força em meio a uma constante expansão dos novos casos de coronavírus pelo mundo, que levou à retomada de ações de prevenção em alguns países e alimentou preocupações sobre a demanda por combustível.
Ainda estão no radar de investidores temores de que o mercado volte a um excesso de oferta, uma vez que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia devem começar em agosto a flexibilizar cortes recordes de produção que vinham sendo aplicados desde maio.
O corte anunciado para sexta-feira segue-se a nove aumentos seguidos para a gasolina desde meados de abril, quatro deles na casa de dois dígitos, segundo dados da Petrobras compilados pela Reuters.
Com o novo reajuste, o preço médio da gasolina nas refinarias da estatal passa a ser de 1,6551 real por litro, ainda de acordo com dados compilados pela Reuters. No ano, a cotação acumula queda de cerca de 13,7%.
Para o diesel, o último movimento de preços foi uma elevação média de 6%, em 17 de julho.
O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos, no entanto, não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro.
Nas bombas, os preços do diesel e da gasolina acumulavam nove semanas consecutivas de alta até a última sexta-feira, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Um levantamento divulgado nesta quinta-feira pela ValeCard, empresa de gestão de frotas, indicou que nos últimos dois meses os preços médios da gasolina tiveram ganho de 7,78% nas bombas brasileiras, em comparação com maio.
Depois de uma queda a partir de janeiro, os valores passaram a subir em junho e julho, atingindo atualmente uma média de 4,322 reais por litro, segundo a ValeCard. A elevação verificada neste mês foi de 4,44% ante junho.
"O aumento no preço da gasolina reflete a retomada das atividades econômicas após a crise causada pela pandemia do novo coronavírus no mundo, que diminuiu a circulação de veículos no Brasil", disse a companhia em nota.
(Por Rodrigo Viga Gaier, com reportagem adicional de Luciano Costa e Gabriel Araujo)
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