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Dívida pública federal sobe 1,56% em agosto e chega a R$ 4,41 trilhões

Prédio do Banco Central em Brasília - Alan Marques/Folha Imagem - 31.out.2008
Prédio do Banco Central em Brasília Imagem: Alan Marques/Folha Imagem - 31.out.2008

Marcela Ayres

28/09/2020 14h41

A dívida pública federal do Brasil subiu 1,56% em agosto sobre julho, a 4,412 trilhões de reais, puxada pelo volume recorde de emissões no período, divulgou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira.

Foram 114,1 bilhões de reais emitidos, o maior valor para o mês de agosto da série histórica do Tesouro, que teve início em novembro de 2006.

Só com títulos prefixados, foram 87,6 bilhões de reais colocados, o equivalente a 77% do total, com destaque para os vencimentos de abril de 2021 e janeiro de 2024. Já a emissão de títulos flutuantes chegou a 15,6 bilhões de reais, disse o Tesouro em nota.

"As emissões do Tesouro Nacional em agosto favoreceram os títulos prefixados de 6 meses e de 48 meses, dada a atual preferência dos investidores por ativos menos arriscados e mais líquidos no mercado doméstico de títulos públicos", diz o texto.

Como os resgates somaram 82,2 bilhões de reais, a emissão líquida foi de 31,9 bilhões de reais no mês.

Na comparação com julho, a dívida pública mobiliária interna teve avanço de 1,35%, a 4,174 trilhões de reais.

Já a dívida externa subiu 5,36% na mesma base, a 238,25 bilhões de reais.

No fim de agosto, o Tesouro alterou seu Plano Anual de Financiamento (PAF), prevendo avanço maior da dívida pública e também seu encurtamento, e alertando para a necessidade de retomada das reformas para reversão desse quadro.

A mensagem foi reiterada pelo secretário do Tesouro, Bruno Funchal, que pontuou nesta segunda-feira que o governo trabalha com um colchão de liquidez que permanece acima dos níveis prudenciais para a gestão da dívida pública, mas que a melhor alternativa para o país seria o avanço das reformas.

Agora, a perspectiva do Tesouro é que a dívida geral feche 2020 entre 4,6 trilhões de reais e 4,9 trilhões de reais, ante patamar de 4,5 trilhões a 4,75 trilhões de reais que havia sido estipulado em janeiro.

No relatório da dívida, o Tesouro ressaltou que a alta nos juros ao longo do agosto provocou aumento nas taxas de corte dos leilões. No entanto, as estatísticas de custo médio seguiram mostrando níveis historicamente baixos —o custo acumulado em 12 meses chegou a 4,85% ao ano, menor valor da série histórica.

Em setembro, a avaliação é que a curva de juros futuros seguiu ganhando inclinação, refletindo o cenário externo e as discussões sobre a trajetória fiscal no Brasil.

Detalhamento

Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu de 9% para 9,4%, por conta de um fluxo positivo de 20,1 bilhões de reais.

Já quanto à composição, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, a 39,17% do total, mas abaixo do percentual de 39,39% de julho. No novo PAF, o intervalo fixado para o ano é de 36% a 40%.

Já os títulos prefixados avançaram a 30,14% da dívida, ante 28,41% no mês anterior, frente a uma meta de 30% a 34% para 2020.

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, reduziram sua fatia para 24,97% da dívida total, ante 26,70% em julho, sendo que a referência para este ano é de 23% a 27%.

Por fim, os títulos atrelados ao câmbio viram sua representatividade aumentar a 5,72% da dívida total, contra 5,50% no mês anterior e uma meta de 3% a 7%.