Flexibilização de BCs em mercados emergentes perde força após 20 meses de cortes
Por Karin Strohecker e Ritvik Carvalho
LONDRES (Reuters) - Os bancos centrais de países em desenvolvimento cortaram os juros por 20 meses consecutivos, excedendo os ciclos de flexibilização desencadeados pela crise financeira de 2008 e na esteira da crise do euro de 2010, embora o ritmo das reduções tenha continuado a desacelerar em setembro.
As alterações nas taxas de juros de bancos centrais de um grupo de 37 economias em desenvolvimento mostraram quatro cortes líquidos em setembro -- o menor número de reduções desde junho de 2019, mostram cálculos da Reuters. Em agosto, bancos centrais emergentes realizaram sete cortes líquidos.
Há sinais de que o ciclo de afrouxamento possa estar perdendo força.
A Turquia anunciou um aumento surpreendente nos juros na semana passada -- a primeira vez que um banco central do grupo elevou a taxa de referência desde que as autoridades tchecas entraram em ação em fevereiro. O banco central da Hungria também aumentou inesperadamente a taxa de juros de sua ferramenta de depósito de uma semana.
"Uma série de recentes decisões de política monetária -- em países como Brasil, África do Sul, Indonésia, Rússia -- sugere que os bancos centrais de mercados emergentes não estão de forma alguma tão interessados em cortar as taxas de juros", disse David Lubin, diretor de economia para mercados emergentes no Citi. "Isso levanta a dúvida sobre se chegamos ao fim do ciclo de corte de juros."
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