Bolsonaro diz que cancelou acordo com Butantan e não irá gastar com vacina que desconhece
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que mandou cancelar o protocolo de intenções assinado pelo Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para compra de doses da vacina Coronavac contra a Covid-19, e garantiu que o governo federal não irá gastar recursos para comprar uma vacina que ele desconhece.
"Nada será dispendido agora para comprarmos uma vacina chinesa que eu desconheço, mas parece que nenhum país do mundo está interessado nela", disse Bolsonaro a jornalistas durante uma visita a uma obra em Iperó (SP).
Mais cedo, em resposta a apoiadores e em suas redes sociais, Bolsonaro já havia afirmado que não compraria a vacina, apesar do anúncio no dia anterior, feito pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que seriam compradas 46 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia da chinesa Sinovac.
"Toda e qualquer vacina está descartada. Ela tem que ter uma validade do Ministério da Saúde e uma certificação por parte da Anvisa. Fora isso não tem qualquer dispêndio de recursos. Vacinar 100 milhões de pessoas ao custo de 10 dólares", afirmou. "Estamos perfeitamente afinados com o Ministério da Saúde em busca de uma vacina confiável."
Bolsonaro disse ainda que houve uma distorção da fala do ministro por parte do governador de São Paulo, João Doria, que estaria tentando atacá-lo politicamente, e voltou a dizer que não existe qualquer possibilidade de conversa com o governador.
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