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ENTREVISTA - Enauta possui R$2 bi para aquisição de novos campos, diz CEO

21/10/2020 14h36

Por Sabrina Valle

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira Enauta possui 2 bilhões de reais disponíveis para restaurar seu portfólio e adquirir novos campos, disse em entrevista nesta quarta-feira o diretor-presidente da empresa, Décio Oddone, que assumiu o cargo em setembro.

A companhia, que ao longo do último ano vendeu os campos de Manati e Carcará, está aberta a oportunidades em águas rasas e áreas terrestres, à parte de seus investimentos mais tradicionais em águas profundas, afirmou Oddone.

"A missão agora é restaurar portfólio", disse Oddone, que assumiu o comando da Enauta após atuar por quatro anos como diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os campos maduros colocados no mercado à medida que gigantes do petróleo se ajustam a um cenário de preços mais baixos da commodity, trazido pela pandemia de coronavírus, cria oportunidades para uma produtora sem dívidas e com alta liquidez, disse Oddone, acrescentando que a empresa tem preferência por ativos que possa operar.

A Enauta produziu 15 mil barris de óleo equivalente por dia no terceiro trimestre, incluindo a produção de gás natural de sua fatia no campo de Manati, vendida à Gas Bridge em agosto por 560 milhões de reais.

A maior parte da produção da Enauta provém do campo de Atlanta, localizado em águas profundas no litoral brasileiro. Planos para contratar uma nova plataforma para Atlanta, antes previstos para agosto, foram adiados após a queda nos preços internacionais do petróleo e, atualmente, não têm data definida.

"Estamos basicamente tentando reduzir o 'break-even' de Atlanta e torná-lo mais resiliente a um mundo de preços baixos do petróleo", disse Oddone em uma entrevista por vídeo.

A Enauta pretende perfurar o primeiro poço em seus nove blocos em parceria com Exxon Mobil e Murphy Oil no segundo semestre de 2021, acrescentou o executivo.

Oddone substituiu Lincoln Guardado, que decidiu deixar a posição de CEO da petroleira após mais de dez anos.