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Mourão diz que "lógico" que Brasil vai comprar vacina chinesa

30/10/2020 15h38

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que é "lógico" que o governo brasileiro comprará a vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Em entrevista à revista Veja, publicada na edição que chegou às bancas nesta sexta-feira, o vice-presidente avaliou que a polêmica em torno da compra ou não da vacina decorre de "briga política" com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desafeto político do presidente Jair Bolsonaro.

"O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí", disse Mourão à revista.

Questionado se teria algum receio de se imunizar com a vacina de origem chinesa, afirmou que "não, desde que esteja certificada pela Anvisa" (Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Bolsonaro tem questionado a credibilidade da vacina e anunciou na última semana que o Brasil não comprará a vacina CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac. O presidente chegou a afirmar que o imunizante não transmite segurança devido à sua origem. Também publicou em rede social que "o povo brasileiro não será cobaia de ninguém".

As declarações provocaram fortes reações de governadores e parlamentares, que recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) com ações referente à vacinação.

A vacina chinesa passa por testes no Brasil promovidos pelo Instituto Butantan.

Na entrevista desta sexta, o vice-presidente comentou ainda outra polêmica com os chineses, dessa vez referente à participação de empresas chinesas, como a Huawei, no leilão de frequências 5G.

"Em relação ao 5G, há um tripé para as empresas participarem: soberania, privacidade e economia. Então, qualquer empresa, na minha visão, que mostrar que está comprometida com esse tripé, independentemente da cor de onde ela vem, tem condições de participar aqui", afirmou.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)