Guedes descarta segunda onda de Covid-19 e reforça fim do auxílio emergencial
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que a economia brasileira está sendo retomada com força e num formato em V, quadro que dá amparo ao fim do auxílio emergencial neste mês, descartando ainda que o país esteja sendo atingido por uma segunda onda de Covid-19.
"De agora até o final do ano, 31 de dezembro, a ideia é que voltemos à situação ordinária, então até o fim do ano teremos encerrado essas camadas auxiliares que lançamos para preservar empregos, vidas e a economia", afirmou o ministro em inglês, em participação gravada para a Conferência de Montreal do International Economic Forum of the Americas, que acontece nesta quarta-feira.
"As pessoas estão voltando ao trabalho, a doença fez um retorno, mas não podemos falar em segunda onda", acrescentou ele, pontuando ainda que o governo está agora concentrado em prover vacinas à população.
Ecoando previsões que já tinha traçado anteriormente, Guedes afirmou que se o país gerar 200 mil empregos nos últimos dois meses do ano --"o que certamente fará"-- haverá zero perda de postos formais em 2021.
"Isso foi devido ao nosso programa de proteção de empregos, que funcionou maravilhosamente", afirmou.
Na pandemia, foi aberta a possibilidade de redução de salário e jornada ou suspensão do contrato de trabalho no setor privado, com o governo provendo um benefício para os trabalhadores de carteira assinada afetados.
O ministro também disse que a agenda de reformas estruturais volta agora à pauta, após desvio que precisou ser feito para enfrentamento ao surto de coronavírus.
Nesse sentido, ele frisou que o grande desafio em 2021 será transformar a recuperação impulsionada pelo consumo em um crescimento sustentável. Para tanto, o governo irá acelerar privatizações e investimentos privados, disse.
Sem mencionar o Caixa Tem, braço digital da Caixa Econômica Federal, Guedes também afirmou que o governo fará a abertura de capital em bolsa do "maior banco digital do mundo", criado no bojo da crise para concessão do auxílio emergencial.
Segundo o ministro, os recursos levantados na operação serão empregados na diminuição da relação entre dívida pública e o PIB.
"Estamos relativamente otimistas sobre o futuro, achamos que o Brasil vai se mover mais rápido que a maioria das economias no curto prazo e nós permaneceremos, provavelmente, a mais larga e mais rentável fronteira para investimentos para a próxima década", disse ele.
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