Policiais "bandidos e corruptos", diz filha de homem morto na Cidade de Deus em enterro do pai
Por Ricardo Moraes
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Familiares e amigos se reuniram nesta terça-feira em um cemitério no Rio de Janeiro para o enterro de Marcelo Guimarães, mais uma vítima da violência na cidade que registra um dos mais altos números de mortos por forças de segurança no planeta.
Guimarães foi morto na segunda-feira na entrada da Cidade de Deus, logo após deixar seu filho na escola para o primeiro dia de aula.
Sua família diz que a Polícia Militar do Rio, conhecida pelas operações violentas em favelas, disparou a partir de um veículo blindado enquanto ele passava de motocicleta.
A violência policial é um problema antigo no Rio de Janeiro, onde as forças estaduais de segurança mataram 1.160 pessoas entre janeiro e novembro de 2020 -- praticamente o mesmo número para todos os Estados Unidos durante o mesmo período.
Ao falar a jornalistas no enterro, a filha de Guimarães, Vitória, acusou os policiais de assassinarem seu pai.
"Meu pai era trabalhador, diferentes deles, que são bandidos, corruptos", disse. "O governo mata os pretos, os pobres, favelados e trabalhadores. Meu pai era honesto. Eles não são".
Em nota, a polícia militar fluminense disse que Guimarães foi atingido por uma bala perdida durante um tiroteio.
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