Ações da Stellantis saltam em estreia no mercado europeu
Por Giulio Piovaccari
MILÃO (Reuters) - As ações da Stellantis, montadora criada pela fusão da Fiat Chrysler e da PSA, dona da Peugeot, tinham nesta segunda-feira um início positivo na bolsa, subindo 8% em sua estreia no mercado europeu e avaliando a empresa em cerca de 42 bilhões de euros.
Com uma produção anual de cerca de 8 milhões de veículos e receitas de mais de 165 bilhões de euros, a quarta maior empresa automobilística do mundo deverá desempenhar um papel fundamental no salto da indústria para a nova era da eletrificação.
A Stellantis terá 14 marcas, desde Fiat da FCA, Maserati, Jeep, Dodge e Ram com foco nos EUA até Peugeot, Citröen, Opel e DS, tradicionalmente focados na Europa da PSA.
"Temos a escala, os recursos, a diversidade e o know-how para capturar com sucesso as oportunidades desta nova era no transporte", disse o presidente do conselho, John Elkann, em vídeo no site da Borsa Italiana para marcar a ocasião.
O presidente-executivo Carlos Tavares disse que a fusão acrescentaria 25 bilhões de euros em valor para os acionistas ao longo dos anos, graças aos cortes de custos projetados.
"Posso dizer que o foco desde o primeiro dia será na criação de valor que é o resultado da implementação dessas sinergias", disse Tavares no mesmo vídeo.
A Fiat Chrysler (FCA) e a PSA disseram que a Stellantis pode cortar custos em mais de 5 bilhões de euros por ano sem fechar fábricas.
As ações da Stellantis listadas em Milão começaram a ser negociadas a 12,758 euros e no final desta manhã subiam 8,1% a 13,59 euros. As ações listadas em Paris eram negociadas em torno do mesmo nível.
Isso se compara com o fechamento de sexta-feira dos papéis de Fiat Chrysler (FCA) a 12,57 euros.
No fim de semana, as ações PSA foram trocadas por novas ações FCA. Todas as ações da FCA foram renomeadas como Stellantis.
A ação vai estrear em Nova York na terça-feira, quando Tavares também dará sua primeira entrevista coletiva à frente da Stellantis.
Monica Bosio, analista do Intesa Sanpaolo, disse que esperava que os mercados começassem a precificar as sinergias da Stellantis apenas quando seu impacto se tornasse visível a partir do segundo semestre deste ano.
"No entanto, mesmo excluindo sinergias, ... continuamos a ver a Stellantis como subvalorizada em todas as métricas em comparação com suas rivais mais diretas", disse em nota.
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