Exportação de carne bovina do Brasil cai 6% em janeiro; China reduz ritmo de compras
As exportações de carne bovina do Brasil recuaram 6% em janeiro na comparação com mesmo mês do ano anterior, informou nesta sexta-feira a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), destacando uma redução nos embarques para a China frente aos meses anteriores.
Segundo dados compilados pela entidade junto à Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 127.139 toneladas de carne bovina (in natura e processada) em janeiro, obtendo receita de 549 milhões de dólares —queda de 11% na comparação anual.
A Abrafrigo informou que a China e a cidade-estado de Hong Kong, que constituem a principal clientela do Brasil no segmento, aumentaram as aquisições da proteína em 3,8% no ano a ano, mas reduziram significativamente o ritmo de compras em relação ao registrado entre outubro e dezembro.
Responsáveis por 62,8% do total exportado pelo Brasil em janeiro, China e Hong Kong compraram 79.896 toneladas de carne bovina do país no período, ante 109 mil toneladas em outubro, 123 mil toneladas em novembro e 101 mil toneladas em dezembro, indicou a associação.
A Abrafrigo atribui o volume de compras nos últimos meses de 2020 à formação de estoques para o período de comemorações do Ano Novo Lunar, principal feriado do país asiático e pico do consumo local de carnes.
"A partir de março as exportações podem voltar a este patamar", disse a entidade em comunicado.
Segundo e terceiro colocados no ranking de maiores clientes do segmento no Brasil, Chile e Egito, respectivamente, reduziram suas compras em relação a janeiro de 2020. O país sul-americano movimentou 5.168 toneladas (-16,6%), enquanto a nação africana adquiriu 4.501 toneladas (-13,5%), acrescentou a Abrafrigo.
Entre as altas, a associação chamou atenção para um aumento de 133% nas exportações para os Estados Unidos, que ocuparam o posto de nono maior importador da proteína brasileira em janeiro, com 2.761 toneladas.
A grande variação percentual frente a janeiro do ano anterior ocorre porque à época os EUA mantinham um embargo à carne bovina "in natura" do Brasil. O mercado foi reaberto apenas em fevereiro de 2020, após três anos de suspensão.
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