Cobrem também os governadores, diz Bolsonaro sobre auxílio emergencial
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro reclamou nesta sexta-feira da cobrança que sofre para a volta do auxílio emergencial e disse que as pessoas deveriam também cobrar os governadores, apesar de já ter admitido a volta de uma versão menor do benefício.
"Nós botamos (o auxílio) por cinco meses de 600 reais e quatro de 300 reais. E quando termina, dão porrada em mim. Cobra de quem te determinou ficar em casa, fechou o comércio e acabou com seu emprego. Cobre dos governadores, os governadores podem dar auxílio para vocês, eles podem se endividar também, porque o governo (federal) está se endividando", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores na manhã desta sexta-feira. "Lamento? Lamento. Tenho pena? Tenho pena. Mas se nos desajustarmos fiscalmente vem a inflação galopante."
O presidente disse ainda que "os problemas estão se avolumando" e as pessoas estão perdendo poder aquisitivo e a inflação dos artigos básicos está subindo, e colocou a responsabilidade nas políticas de fechamento de comércio e serviços e distanciamento social adotadas pelos Estados por causa da pandemia de Covid-19.
"Quando eu criticava o 'fique em casa', era 'ah, ele é insensível'. Está aí ó o resultado", disse. "A bolsa, o dólar não reage como a gente pensa."
Depois de pressão do Congresso, o governo negocia a retomada do auxílio emergencial, encerrado em dezembro, por três ou quatro meses e em um valor menor, possivelmente de 200 reais. No entanto, para poder pagar o novo auxílio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que é necessária a aprovação da chamada PEC do Orçamento de Guerra, que dá ao governo a permissão de furar o teto de gastos em caso de calamidade pública.
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