Diesel, gasolina e etanol mantêm alta nos postos do Brasil na semana, indica ANP
O preço médio do diesel subiu pela terceira semana seguida nos postos do Brasil, enquanto gasolina e etanol também aumentaram, segundo levantamento da reguladora ANP, mantendo viés de alta em meio a um intenso debate no país sobre o valor dos combustíveis, que mobilizou até o presidente Jair Bolsonaro.
A cotação média do diesel nas bombas atingiu 3,811 reais por litro nesta semana, alta de 1,3% em relação à semana anterior, mostraram os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira.
Até o momento neste ano, ainda de acordo com as pesquisas semanais da ANP, o valor do combustível mais consumido do Brasil recuou em apenas uma ocasião —entre 17 e 23 de janeiro, quando registrou uma modesta queda de 0,1%.
A gasolina comum seguiu a mesma toada e avançou 1,34% nesta semana, para uma média de 4,833 reais o litro nas bombas. Esta é a oitava semana consecutiva de ganhos no preço da gasolina.
O etanol, concorrente da gasolina nas bombas, também subiu. Com alta de 0,67% em relação à semana anterior, o litro do biocombustível alcançou em média 3,311 reais nos postos.
O preço médio do diesel, conforme a pesquisa da ANP, está 4,8% acima do patamar em que começou o ano, enquanto o da gasolina acumula aumento de 7% em 2021. O etanol subiu 4,12% no período.
O valor dos combustíveis tem se mantido no foco do governo federal nas últimas semanas, principalmente após caminhoneiros terem ameaçado uma greve que incluía entre suas pautas os altos custos com o diesel.
O movimento, marcado para 1º de fevereiro, acabou não ganhando força, mas o presidente Jair Bolsonaro seguiu fazendo acenos à categoria.
Nesta sexta-feira, Bolsonaro encaminhou ao Congresso uma proposta que altera a cobrança do ICMS —um imposto estadual— sobre combustíveis, o que segundo ele daria mais previsibilidade e reduziria os preços finais dos produtos.
O presidente alega que os governos estaduais aumentam arrecadação com o ICMS sempre que os preços dos combustíveis sobem, afirmando repetidamente que o os impostos federais que incidem sobre esses produtos permanecem os mesmos.
Ajudando a pressionar as cotações nos postos, a Petrobras anunciou reajustes nas refinarias a partir da última terça-feira— com alta de 8% na gasolina e 6% no diesel, enquanto também reafirmou sua independência do governo federal para definição dos valores.
No acumulado do ano, o diesel apura alta de 10,9% nas refinarias da estatal, que domina o mercado de refino no Brasil. Na gasolina, o aumento era de 22,2% no período, de acordo com cálculos da Reuters.
A Petrobras diz definir seus preços de acordo com a paridade de importação, com influência de fatores como a cotação do dólar e o valor do petróleo no mercado internacional.
Os valores nos postos, no entanto, não acompanham necessariamente os reajustes nas refinarias e dependem de uma série de questões, incluindo margem de distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.
O movimento interno de alta dos preços acompanha em parte uma recuperação nas cotações globais do petróleo e combustíveis, à medida que a demanda retoma níveis pré-pandemia de coronavírus diante da flexibilização de lockdowns em diversos países.
Os preços da gasolina na Ásia, Europa e Estados Unidos avançaram para máximas de um ano nesta semana, enquanto o petróleo Brent, referência internacional da commodity, superou a marca de 60 dólares por barril pela primeira vez em um ano.
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