Ibovespa fecha em alta e quase zera perda na semana
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, quase zerando as perdas do tombo da segunda-feira, em meio a fatores como alívio em receios com a inflação nos EUA e a trégua em temores fiscais no Brasil, mesmo diante de recordes de mortes por Covid-19.
Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,96%, a 114.983,76 pontos, tendo superado os 115 mil pontos na máxima da sessão. O volume financeiro alcançou 41,1 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa acumula agora variação negativa de apenas 0,19%, quase no mesmo patamar da última sexta-feira, antes de despencar 4% no último dia 8, em meio a receios com o cenário político e a cena fiscal brasileira.
"Há notícias tirando muitas nuvens do caminho", afirmou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.
No Brasil, ele elencou a aprovação da PEC Emergencial pelo Congresso Nacional sem uma desidratação relevante, o discurso relativamente pacífico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a eficácia de vacinas em relação à variante do coronavírus conhecida como P1.
Mesmo as novas restrições em razão da Covid-19, na visão dele, não têm um efeito representativo no PIB, enquanto a percepção de que o país não deve entrar em trajetória explosiva da dívida acalma a curva de juros, o que favorece shopping centers, concessionárias, apesar de lockdowns.
Em paralelo, acrescentou, os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano não dispararam, com alívio na percepção sobre a inflação, enquanto foi sancionado o pacote de 1,9 trilhão de dólares em estímulos econômicos nos Estados Unidos.
Mas Campos ressaltou que, embora existam fatores domésticos ajudando, trata-se de um movimento generalizado entre mercados emergentes, apoiado principalmente na acalmada dos Treasuries.
"A situação da pandemia no Brasil é grave e triste, mas do ponto de vista de gestão de recursos há bastante eventos corroborando compras", afirmou.
Na véspera, o Ministério da Saúde divulgou mais de 2 mil novas mortes em razão do coronavírus, com o total de pessoas mortas alcançando 270.656 desde o começo da pandemia. Foram registrados 79.876 novos casos, com o total de infecções confirmadas atingindo 11.202.305.
Em São Paulo, o governo anunciou restrições à circulação de pessoas entre 20h e 5h e fechará estabelecimentos comerciais como lojas de material de construção de 15 a 30 de março, além de suspender atividades como cultos religiosos e atividades esportivas coletivas, incluindo jogos de futebol.
Wall Street fechou com o S&P 500 e o Dow Jones em máximas históricas, refletindo redução das preocupações com a inflação e expectativas de uma forte recuperação após queda acima da esperada nos pedidos semanais de auxílio-desemprego e sanção de um robusto projeto de lei de estímulo.
DESTAQUES
- CSN ON saltou 9,17%, com VALE ON ganhando 2,62%, na esteira da recuperação dos preços do minério de ferro na China, após dados mostrarem que os embarques mensais do ingrediente siderúrgico de Port Hedland, na Austrália, para a China caíram para uma mínima de dois anos.
- ECORODOVIAS ON disparou 8,64% e CCR ON avançou 8,1%, beneficiadas por perspectivas fiscais menos assustadoras e seus efeitos na curva de juros. Ecorodovias também teve de pano de fundo crescimento do tráfego nas suas principais rodovias no quarto trimestre, embora uma grande baixa contábil tenha determinado prejuízo no período.
- PETROBRAS PN subiu 4,25%, respaldada pelos preços do petróleo no exterior, com o Brent fechando em alta de 2,55%, a 69,63 dólares o barril. A companhia também convocou para 12 de abril assembleia de acionistas para debater, a aprovação do nome de Joaquim Silva e Luna e outros indicados pelo governo para o conselho de administração.
- BRMALLS ON valorizou-se 7,09% antes divulgação do balanço previsto para esta quinta-feira ainda, além da atenuada no movimento de alta dos juros longos no Brasil, que ajudou também outras empresas do setor. MULTIPLAN ON subiu 7,10% e IGUATEMI ON avançou 6,56%.
- KLABIN UNIT fechou em queda de 1,2%, assim como a rival SUZANO ON, que recuou 0,94%, na esteira da queda de 2% do dólar ante o real. O movimento no câmbio também enfraqueceu empresas de proteínas como JBS ON e MINERVA. MARFRIG ON recuou mais cedo, mas terminou o pregão em alta de 2,31%.
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(Edição de Aluísio Alves)
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