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'Capital da soja' no Brasil, Sorriso declara estado de emergência após chuvas

Município no maior estado produtor de soja do Brasil declarou o estado de emergência em 11 de março, - Paulo Whitaker
Município no maior estado produtor de soja do Brasil declarou o estado de emergência em 11 de março, Imagem: Paulo Whitaker

Ana Mano

15/03/2021 11h27Atualizada em 15/03/2021 11h46

SÃO PAULO (Reuters) - A cidade de Sorriso, em Mato Grosso, importante polo de produção agrícola, declarou "estado de emergência" na última semana, após fortes chuvas durante a época de colheita de grãos de verão que geraram perdas de safra e danos à infraestrutura local, disse um representante do poder público à Reuters nesta segunda-feira.

O município no maior estado produtor de soja do Brasil declarou o estado de emergência em 11 de março, na sequência de chuvas que somaram cerca de 800 milímetros nos últimos 45 dias, segundo um comunicado enviado pela prefeitura.

Houve danos a parte dos cultivos de soja da cidade, assim como a estradas, o que dificulta a movimentação da produção e restringe a circulação de pessoas na região.

O estado de emergência permitirá ao governo municipal dispensar licitações para contratar a reconstrução de pontes e estradas, de acordo com o comunicado. Ele também garantirá a produtores locais a possibilidade de renegociar contratos e dívidas.

A prefeitura de Sorriso estima perdas de 1,5 bilhão de reais para o setor privado local após as fortes chuvas. A área plantadas com soja na cidade é estimada em 620 mil hectares.

No Brasil como um todo, produtores já colheram 46% da área de soja até a última quinta-feira, contra 59% no mesmo período do ano anterior, com a chuva abundante continuando a atrapalhar o ritmo dos trabalhos, disse a consultoria AgRural nesta segunda.

O clima úmido também atrasou o plantio da segunda safra de milho do Brasil, que é semeadas depois que a soja é colhida nas mesmas áreas.

Produtores haviam semeado 74% da área estimada da segunda safra de milho no centro-sul do Brasil, abaixo dos 89% da temporada anterior, segundo a AgRural.

Na maior parte do Brasil, a janela climática ideal para o plantio da segunda safra de milho já se encerrou, de acordo com a consultoria.