Ibovespa fecha acima dos 119 mil pontos pela 1ª vez desde fevereiro
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, acima dos 119 mil pontos pela primeira vez em quase dois meses, favorecido pelo viés positivo em Wall Street, com Lojas Americanas e B2W capitaneando os ganhos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,41%, a 119.297,13 pontos, máxima desde 17 de fevereiro e abandonando a fraqueza da manhã, quando quase perdeu o patamar de 118 mil pontos.
O volume financeiro somou 29,2 bilhões de reais, acima da média diária de abril (23,27 bilhões), mas ainda abaixo da média dos volumes transacionados nos meses anteriores.
Na visão do gestor de renda variável da Western Asset Cesar Mikail, continua a preocupação com o quadro fiscal, a questão do teto de gastos, mas bolsas no exterior tiveram um desempenho positivo, dando suporte ao pregão brasileiro.
Ele também citou o início da temporada de balanços trimestrais nos Estados Unidos, com bancos abrindo o calendário na quarta-feira, "o que deve fazer preço" nos mercados.
Wall Street fechou com novo recorde para o S&P 500, que terminou a sessão em alta de 0,3%, a 4.141,59 pontos. O Nasdaq Composite avançou 1%, enquanto o Dow Jones cedeu 0,2%.
DESTAQUES
- LOJAS AMERICANAS PN disparou 9,31%, com sua controlada B2W ON saltando 8,97%, ambas com volume expressivo. Investidores aguardam a conclusão do estudo referente a uma potencial combinação de negócios entre as companhias anunciada em fevereiro, que analistas avaliam que deve destravar valor. Até a véspera, Lojas Americanas acumulava queda de 15,3% no ano e B2W recuava 16,3%.
- GPA ON fechou em alta de 5,7%, em mais uma sessão de forte valorização, após anunciar na noite da véspera que o seu controlador Casino deu início a processo para potencial aumento de capital da Cdiscount, subsidiária direta da Cnova, na qual o GPA detém 34,17% de participação. A operação pode também incluir uma oferta secundária de ações detidas pelo grupo Casino e suas subsidiárias, entre elas o GPA. Na segunda-feira, antes da divulgação, os papéis subiram 9,79%.
- ENEVA ON recuou 7,09% após avançar mais de 8% desde o começo do mês, sendo que apenas na véspera fechou em alta de 4,6%. O pregão teve leilão de venda dos papéis da companhia de energia, representativos de 1,34% do capital, por integrante do conselho de administração da empresa. De acordo com um fonte do mercado, esse integrante foi o BTG Pactual, que até então possuía 22,89% da Eneva.
- BRADESCO PN cedeu 0,86% e ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 0,04%, corrigindo valorização relevante na véspera, dado o cenário fiscal ainda preocupante e a fraca retomada da economia brasileira, além de receios permanentes de aumento na tributação no setor ou com efeito nos bancos. No ano, esses papéis recuam 5,67% e 12,74%, respectivamente.
- PETROBRAS PN subiu 0,33%, em sessão de alta do petróleo no exterior, enquanto PETROBRAS ON terminou estável. Na véspera, assembleia de acionistas da companhia aprovou o general da reserva Joaquim Silva e Luna como membro do conselho de administração, movimento que antecede sua eleição como novo presidente-executivo da petrolífera, conforme indicação de Jair Bolsonaro.
- VALE ON fechou com variação positiva de apenas 0,17%, apesar da alta dos preços do minério de ferro na China. No radar, a acionista Previ vendeu ações da companhia em bolsa e reduziu sua participação direta para 9,99%, de 10,06% antes.
- CYRELA ON caiu 0,47% após divulgar queda de 60,4% nos lançamentos do primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, embora as vendas tenham avançado cerca de 22%. DIRECIONAL ON, que não está no Ibovespa, cedeu 1,29%, também tendo prévia operacional de pano de fundo. O índice do setor imobiliário, porém, subiu 0,17%, ajudado por empresas de shopping centers, com destaque para a alta de 3,88% de IGUATEMI ON.
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