Ministério da Saúde recomenda adiar gravidez por causa da pandemia
Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Saúde recomendou nesta sexta-feira que as mulheres adiem os planos de gravidez por causa da pandemia de Covid-19, uma vez que as novas variantes do coronavírus têm sido mais agressivas quando acometem gestantes, segundo autoridades da pasta.
O secretário de Atenção Primária do ministério, Raphael Câmara Medeiros Parente, afirmou, em entrevista coletiva, que a recomendação de adiamento não se aplica a mulheres mais velhas que queiram engravidar, mas, no caso das mais jovens, permitirá uma gestação mais tranquila.
"Neste momento de pico pandêmico que a gente está, que há uma situação inclusive de desarticulação das maternidades, pela situação que está acontecendo em alguns locais, deve ser avaliado... caso possível, postergar um pouco a gravidez para um melhor momento, e que você possa ter a sua gravidez de forma mais tranquila", afirmou Parente.
"É óbvio que a gente não pode falar isso para alguém que tem 42, 43 anos, mas para uma mulher jovem, que pode escolher um pouco o seu momento de gravidez, o mais indicado agora é que você possa esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma", acrescentou.
Ele afirmou que novas variantes do vírus têm se mostrado mais agressiva para as grávidas, inclusive nos momentos iniciais da gestação. A variante P.1, originada em Manaus, se tornou a predominante no Brasil, sendo responsável, em parte, pelo aumento explosivo de número de casos de Covid-19 no país por ser até 2,5 vezes mais transmissível.
"A visão clínica, de especialistas, nos mostra que essa variante nova tem uma ação mais agressiva nas grávidas. Antes estava muito mais ligado ao final da gravidez e puerpério, e hoje a gente já vê uma evolução mais grave inclusive no segundo trimestre (de gravidez), quiçá por vezes no primeiro trimestre", afirmou.
Na mesma entrevista, Parente disse que a pasta estuda ampliar a recomendação de vacinação de grávidas contra Covid-19 para todas as gestantes, e não apenas para aquelas que têm comorbidade, que está em linha com o que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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