Arrecadação de royalties da mineração no Brasil já supera recorde de 2020, diz Ibram
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A arrecadação brasileira de royalties da mineração, a chamada Cfem, somou 6,68 bilhões de reais no acumulado do ano até agosto, alta de 121% ante o mesmo período do ano passado e superando recorde registrado em 2020 completo, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Em 2020, o volume total de royalties da mineração havia atingido uma máxima história de 6,08 bilhões de reais.
Os maiores valores de Cfem estão relacionados à produção de minério de ferro e preços mais altos do produto. Os royalties relativos à commodity somaram 5,6 bilhões de reais de janeiro a agosto, segundo o Ibram.
Importante item da pauta de exportação brasileira, o minério de ferro viu seus preços acelerarem na primeira metade do ano, com uma demanda firme da China. No entanto, a partir de junho, os preços perderam força refletindo maiores controles à produção de aço na China, entre outros fatores.
"As demais commodities estão com os preços em elevação ou estáveis, e os preços em 2021 são mais altos que em 2020", disse o instituto.
A produção mineral nos primeiros oito meses do ano somou 833 milhões de toneladas, alta de 9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o faturamento no período cresceu 112%, para 219,9 bilhões de reais.
INVESTIMENTOS
O Ibram também elevou a previsão de investimentos no setor mineral para o período 2021-2025, para 41,36 bilhões de dólares, ante 38 bilhões de dólares previstos anteriormente.
Dessa forma, haverá um avanço do volume de investimentos versus o período anterior 2020-2024, que estimava 38 bilhões de dólares.
Foram adicionados na previsão cerca de 6 bilhões de dólares em projetos socioambientais, segundo o instituto e alguns projetos saíram da contagem, principalmente devido à conclusões de obras.
Do volume total previsto até 2025, o Ibram apontou que 47% estão em execução e 53% estão programados. Os principais investimentos são para minério de ferro, cobre, fertilizantes, bauxita, além de ações climáticas e ferrovias e portos.
(Por Marta Nogueira)
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