Ibovespa tem 5° alta consecutiva apesar do clima de aversão a risco no exterior
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira fechou em leve alta nesta segunda-feira, o quinto avanço consecutivo, resistindo ao clima de aversão a risco que tomou conta dos mercados globais diante das tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia.
Weg, B3 e Inter foram as principais contribuições positivas ao índice, enquanto Petrobras cedeu, mesmo com a alta dos preços do petróleo.
O Ibovespa subiu 0,29%, a 113.899,19 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 26 bilhões de reais.
O descolamento dos ativos brasileiro frente ao exterior, "tanto no dólar, quanto no Ibovespa", pode indicar continuidade de entrada de fluxo estrangeiro na bolsa, segundo Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.
Dados da B3 revelam a entrada de fluxo estrangeiro na bolsa em 2022, o que, para analistas, ajuda a explicar o desempenho positivo do Ibovespa no ano, apesar do cenário externo de cautela.
Logo cedo, a declaração do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma conversa televisionada com Putin, de que as possibilidades de negociação "estão longe de serem exauridas" animaram o mercado.
Além disso, foi reportada inicialmente uma fala do embaixador da Ucrânia no Reino Unido à BBC que afirmou que o país poderia fazer concessões sobre os planos de aderir à Otan -- uma das principais preocupações da Rússia. Depois, porém, ele disse que foi mal-interpretado e que estaria falando de outras concessões.
À tarde, entretanto, o anúncio da mudança da embaixada norte-americana de Kiev, capital da Ucrânia, para Lviv, voltou a pesar no humor dos ativos em Nova York.
A Rússia posicionou nas últimas semanas mais de 100 mil tropas próximas às fronteiras com a Ucrânia, mas nega ter planos para invadir, acusando o Ocidente, que ameaça aplicar sanções caso um ataque se concretize, de histeria. Na sexta-feira, os mercados foram impactados negativamente, após os EUA dizerem que os russos já teriam força suficiente para uma ofensiva "a qualquer momento".
Uma nova declaração do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, também pressionou os mercados de ações. Ele manteve avaliação da necessidade de elevação em um ponto percentual nos juros nos EUA até 1º de julho e disse que o banco central norte-americano precisa reafirmar ao público que vai defender a meta de inflação.
O S&P 500 caiu 0,4%, o Dow Jones recuou 0,5% e o Nasdaq Composite fechou estável.
Na cena local, o noticiário, morno, seguiu mais de pano de fundo, com a pesquisa Focus refletindo o ajuste de expectativas para Selic na semana passada, após o Banco Central adotar tom mais duro quanto à inflação. As propostas no Congresso para baixar os preços dos combustíveis e a pressão de servidores por reajustes seguem no radar do mercado.
DESTAQUES
- INTER UNIT subiu 7,8%, enquanto B3 ON avançou 1,4%. MÉLIUZ ON caiu 1,8% e LOCAWEB ON cedeu 1,9%.
- WEG ON valorizou-se 3,1%, LOCALIZA ON subiu 2,2% e AMBEV ON ganhou 1,4%. As ações estiveram entre as principais pressões altistas para o índice.
- PETROBRAS PN e ON caíram 2,3% e 2,6%, respectivamente, mesmo após o preço do petróleo engatar alta com tensões renovadas na Ucrânia. Um potencial conflito poderia afetar ainda mais o cenário de oferta já apertado da commodity, elevando os preços no mercado internacional. PETRORIO ON subiu 2,7% e 3R PETROLEUM ON recuou 1,3%.
- MARFRIG ON caiu 2,5% e interrompeu um rali de seis sessões, impulsionado pelas perspectivas de resultados positivos no quarto trimestre de 2021.
- MAGAZINE LUIZA ON subiu 2,1%, AMERICANAS ON teve alta de 3,6% e VIA ON caiu 2,4%. A Via teve recomendação rebaixada pelos analistas do Itaú BBA de "outperform" para "market-perform".
- VALE ON caiu 0,4%, após queda do minério de ferro na Ásia.
- HAPVIDA ON valorizou-se 2,4%, na primeira sessão após a incorporação da Intermédica, cujas ações tiveram sua última sessão na B3 na sexta-feira. Analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo para o papel de 16,3 para 16,7 reais.
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