Ibovespa fecha no maior patamar em 5 meses, após tensões na Ucrânia diminuírem
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira teve nesta terça-feira o maior nível de fechamento desde setembro, diante da recuperação global dos ativos, após retirada de algumas tropas russas da fronteira com Ucrânia, embora incertezas continuem.
A queda dos preços do petróleo e do minério de ferro e sua pressão sobre Petrobras e Vale evitaram um avanço maior do índice. Na outra ponta, o destaque foi o salto do Banco do Brasil, depois de resultado acima do esperado.
O Ibovespa subiu 0,82%, a 114.828,18 pontos, sexta alta consecutiva e maior fechamento desde 15 de setembro. O giro financeiro da sessão foi de 29,9 bilhões de reais.
"Tecnicamente, a bolsa chegou em um patamar de resistência", disse Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, adicionando que com o" fluxo (estrangeiro) forte há espaço para romper e buscar 117 mil e até 121 mil pontos".
A notícia da retirada de algumas tropas russas deu impulso aos ativos de risco, ainda que não esteja claro se isso pode ser um sinal de que a Rússia está procurando uma saída diplomática.
Um representante da Otan falou em "otimismo cauteloso" e próximo ao fim do pregão, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a retirada ainda não foram verificada pelos norte-americanos. Segundo Biden, um ataque russo à Ucrânia continua sendo uma possibilidade.
A posição de tropas russas próximas às fronteiras com a Ucrânia gerou temores de invasão e pressionou os mercados nas últimas sessões. Países incluindo EUA e Reino Unido ameaçam com sanções caso uma ofensiva se confirme. Moscou, que quer impedir à Ucrânia de se juntar à Otan, nega planos para um ataque.
Enquanto isso, a Ucrânia disse que seu ministério da Defesa e dois bancos foram hackeados nesta terça-feira e, apesar de não citar nomes, sinalizou autoria da Rússia.
Em Wall Street, os principais índices de ações subiram mais de 1%, com o Nasdaq disparando 2,5%. O avanço acima do esperado do indicador de preços ao produtor dos EUA também movimentou a sessão, reiterando a expectativa de um aperto monetário mais duro no país.
"Os mercados têm se movendo com base em Putin (presidente da Rússia) ou Powell (presidente do Federal Reserve)", disse David Carter, diretor administrativo na Wealthspire Advisors. "Putin e suas intenções com a Ucrânia e Powell e suas intenções com relação à taxa de juros."
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON subiu 4,7%, após reportar lucro recorrente do quarto trimestre de 5,9 bilhões de reais, acima da de expectativa média do mercado. O banco estimou lucro ajustado de 2022 acima do esperado por analistas. O BTG Pactual elevou a recomendação para ação a "compra", dizendo que o papel está barato, apesar dos riscos eleitorais.
- ELETROBRAS ON e PN avançaram 6,2% e 6,5%, respectivamente, após o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovar um passo fundamental para a realização da privatização da empresa.
- PETROBRAS PN caiu 1,6% e ON recuou 2,1%, diante de queda de mais de 3% do petróleo por causa da de alívio nas tensões entre Rússia e Ucrânia. A commodity vinha sendo impulsionada pelos temores de conflito na região, dado seu potencial impacto na oferta. 3R PETROLEUM ON perdeu 4,7% e PETRORIO ON recuou 2,8%.
- VALE caiu 3% e siderúrgicas cederam, com CSN ON despencando 4,8%. Os futuros de minério de ferro despencaram na Ásia, com temores de repressão na China, após Pequim alertar que agirá contra desinformação sobre preços.
- LOCAWEB ON disparou 15,3%, maior alta desde abril de 2020, e BANCO PAN PN avançou 10,5%, enquanto AZUL PN ganhou 8,5% e GOL PN teve alta de 7,4%. As ações de empresas relacionadas à tecnologia e de aéreas foram beneficiadas pelo menor clima de aversão ao risco.
- ITAÚSA PN subiu 1,24%, após publicar lucro recorrente de 4,185 bilhões de reais, aumento de 53,2% sobre um ano antes, com melhora em todas as linhas de negócios.
- WEG ON disparou 8% antes de divulgar resultados na quarta-feira pela manhã.
(Por Andre Romani)
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