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Sanções contra Rússia intensificarão efeitos econômicos de guerra na Ucrânia, diz chefe do FMI

25/02/2022 13h42

WASHINGTON (Reuters) - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse nesta sexta-feira que as sanções financeiras internacionais contra a Rússia aumentarão os impactos econômicos da guerra na Ucrânia, que estão sendo transmitidos principalmente por meio de preços mais altos de energia e grãos, aumentando a inflação.

Falando em evento da Faculdade de Direito de Georgetown no Mês da História Negra, Georgieva também disse que a maior incerteza do mercado financeiro causada pelo conflito pode gerar "saídas de capital dos mercados emergentes, quando precisamos exatamente do oposto --mais financiamento indo para lá".

Ela também afirmou que a escalada das tensões regionais pode impactar a atividade econômica em países e regiões ao redor da Ucrânia, como Moldávia e a região do Cáucaso.

"Já vimos ações tomadas em termos de sanções que aumentariam o impacto econômico desta crise e se transmitirão principalmente através dos preços da energia, bem como dos grãos, somando-se ao que tem sido uma preocupação crescente com a inflação e como ela pode ser combatida", disse Georgieva.

A Rússia está entre os maiores exportadores de petróleo do mundo e também é um grande exportador de grãos, junto com a Ucrânia, cujos portos no Mar Negro foram fechados ao transporte marítimo.

Georgieva também se disse preocupada com seu irmão, que é casado com uma mulher ucraniana e que atualmente está em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, onde estão ocorrendo intensos combates.

"Quando conversei com ele, senti muito por todos --por sua família, é claro, mas por todos lá-- por acordarem aos sons dos bombardeios e por não terem certeza" sobre o que virá, disse Georgieva, uma economista búlgara que cresceu durante a era comunista do país.

"Sei que agora está muito difícil encontrar um caminho para a paz, mas a paz deve ser buscada e devemos encontrar uma maneira de trazer a paz pela qual as pessoas estão tão desesperadas", acrescentou.

(Reportagem de David Lawder)