Pacheco defende solução para fertilizantes que não atente contra indígenas e reservas ambientais
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira que o problema de abastecimento de fertilizantes no Brasil precisa ser discutido levando-se em conta meios de potencializar a exploração já existente sem a necessidade de utilizar reservas ambientais ou terras indígenas.
Na Câmara, o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), apresentou nesta quarta-feira pedido de urgência para projeto que autoriza a mineração em reservas indígenas, projeto que ganhou força sob a justificativa de risco de desabastecimento de fertilizantes como reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia.
"Eu considero que nós temos que ter uma preocupação em relação à autonomia de fertilizantes no Brasil. Nós precisamos encontrar caminhos para não sermos dependentes de outras nações, embora as relações comerciais existam, nós temos reservas de potássio no Brasil", disse o presidente do Senado a jornalistas após o evento Ato Pela Terra, em que artistas, personalidades e entidades civis se colocaram contra o avanço de pautas prejudiciais ao meio ambiente.
"O que nós temos que cuidar é de tentar potencializar essas reservas para a produção de fertilizantes, de preferência sem atentar contra florestas ou áreas indígenas, etc. Então essa é a inteligência que nós temos que ter. Eu acredito muito na ciência", acrescentou o senador.
O país importa cerca de 85% do seu consumo de fertilizantes, incluindo potássio, que enfrenta um "gargalo" maior em função do conflito. No caso dos potássicos, as compras externas do país somam 96% do consumo.
O ato, que contou com a presença de artistas como Caetano Veloso e Daniela Mercury, e entidades como Cimi, CUT, Greenpeace e WWF, foi realizado para pressionar o Congresso a barrar o que considera o "Pacote da Destruição Ambiental".
Pacheco se comprometeu a não tratar nenhum deles com açodamento e afirmou que eles não serão levados diretamente ao plenário da Casa sem serem propriamente discutidos pelas comissões.
O senador ponderou que como presidente da Casa tem limitações em seus poderes e não pode impedir a tramitação de projetos. Afirmou, no entanto, que qualquer tema só é levado a plenário após análise do colégio de líderes.
Também lembrou que a temática do meio ambiente já é um discurso ideológico, mas uma necessidade do capitalismo e da produção.
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