Vibra ganha fatia de mercado com menores saindo da importação de combustíveis
SÃO PAULO (Reuters) - A Vibra Energia conquistou mais participação de mercado nos dois primeiros meses deste ano, com empresas menores saindo da importação de combustíveis num momento de alta volatilidade do petróleo, disse nesta quarta-feira o diretor de finanças e compras da companhia, André Corrêa Natal.
"Os dados que saíram essa semana confirmam que a gente provavelmente ganhou 'share' nesse primeiro bimestre, temos mantido o atendimento integral à nossa rede", afirmou, durante teleconferência de resultados.
Essa tendência já havia sido apontada na semana passada por integrantes do setor ouvidos pela Reuters, que indicaram que a concentração no mercado de combustíveis brasileiro poderia aumentar diante da alta volatilidade do petróleo, com empresas como Vibra, Raízen e Ipiranga se beneficiando.
O executivo da Vibra, maior distribuidora de combustíveis do Brasil, ponderou que a situação acirrada pela guerra na Ucrânia cria desafios de precificação.
Ele explicou ainda que, como a intensa volatilidade dos preços do petróleo não é imediatamente acompanhada por uma alta no mercado de doméstico, há uma defasagem temporal entre operações financeiras de hedges e valorização de estoques no mercado físico.
"Você pode ver perdas de hedge não compensadas integralmente por ganhos de estoque. Agora tivemos um aumento relevante do preço no mercado doméstico, mas no meio de março. O ganho de estoque possivelmente não vai ser capturado dentro do primeiro trimestre", disse Natal.
Em relação às margens de comercialização, ele disse que os níveis continuam saudáveis e "mais ou menos" em linha com as do quarto trimestre de 2021.
Natal avaliou ainda que o mercado para importação de diesel deve continuar apertado em abril, mas afirmou que a Vibra tem conseguido acessar os volumes necessários.
"Estamos navegando bem... não tivemos cancelamento de carga, nenhum default. Tudo que temos contratado está sendo absolutamente honrado", disse.
CAUTELA COM CAIXA
O diretor financeiro da Vibra disse ainda que uma piora do conflito na Ucrânia pode gerar maior necessidade de capital de giro para a companhia.
"Temos que ter certa cautela em preservar certas saídas de caixa no momento e até buscar no mercado mais liquidez para manter um caixa até um pouco acima do que teríamos normalmente por conta dessas flutuações."
Caso o cenário melhore, a companhia poderá mudar sua postura cautelosa e avaliar eventual distribuição de dividendos extraordinários ou retomar o programa de buyback de ações, acrescentou.
COMERC
A administração da Vibra também comentou sobre a recente aquisição do co-controle da Comerc, que atua na comercialização e geração de energia elétrica.
Segundo o presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, a Comerc tem potencial para criar "muito valor" além dos 1,4 bilhão de reais em Ebitda futuro que haviam sido precificados no IPO --processo que acabou sendo cancelado com a oferta colocada pela Vibra.
"Se fôssemos olhar só os nossos 50%, sozinha (a Comerc) já traria 20% a mais para companhia até 2025... Lembrando que eles têm um pipeline que não foi precificado (no IPO)... é uma companhia que vai criar muito valor além dos 1,4 bilhão."
Ainda segundo Ferreira Júnior, a Vibra vai organizar um roadshow com investidores e analistas para apresentar mais detalhadamente seus planos para a Comerc.
(Por Letícia Fucuchima)
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