Com beta alto, real zera perdas da sessão por melhora em ativos de risco no exterior
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar foi às mínimas do dia na tarde desta quinta-feira, saindo de quase 5,05 reais para a faixa de 4,96 reais, num movimento de ajuste que ocorre mais uma vez em sintonia com as oscilações de ativos de referências de risco no exterior.
Às 15:48 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,10%, a 4,9734 reais na venda. A cotação variou de alta de 1,59% (a 5,047 reais) para queda de 0,10%, a 4,9633 reais.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,14%, a 4,9755 reais.
O real é tido como uma moeda de beta alto --ou seja, reage de forma mais dilatada às oscilações de benchmarks externos, entre os quais estão as bolsas de valores nos Estados Unidos [.NPT] e o dólar australiano.
A bolsa brasileira também é bastante sensível às direções de Wall Street.
O fim do mês traz volatilidade adicional ao mercado de câmbio, conforme se acirra a "briga" entre "comprados" e "vendidos" em dólar, que buscam cotações mais convenientes a suas posições.
A Ptax de fechamento do mês --que serve de referência para liquidação de contratos futuros de dólar, swaps cambiais e outros derivativos-- será definida na sexta-feira, mas já nos dias anteriores a "disputa" aumenta.
E uma importante dose de instabilidade se mantém no mercado. Uma medida da incerteza sobre os rumos da taxa de câmbio para daqui até outubro saltou nesta quinta-feira ao maior patamar em três anos e meio, com um rali imparável da moeda norte-americana no exterior a máximas em duas décadas, mas também num reflexo do cenário nebuloso no Brasil até as eleições presidenciais.
O dólar chegou a ser cotado em torno de 4,60 reais há cerca de uma semana, e, embora analistas tenham se surpreendido com a velocidade do rali para acima de 5 reais, lembraram que era previsto que a moeda voltasse para em torno desse nível, em parte pela perspectiva de que o debate eleitoral se torne mais acirrado conforme se caminha para outubro.
(Por José de Castro)
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