Equipe de Biden vê poucas opções sobre inflação antes de eleições de meio de mandato nos EUA
Por Trevor Hunnicutt
WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos sente cada vez mais que tem pouco controle sobre a inflação no curto prazo, dizem as autoridades, e está procurando maneiras de compensar o risco político das altas de preços nos meses que antecedem as eleições de meio de mandato de novembro.
Dados da semana passada mostraram que a inflação ainda estava em máximas de 40 anos, mas um pouco abaixo do pico anterior. A economia e o modo como o presidente, Joe Biden, lida com ela são questões fundamentais para os eleitores, e a redução do custo da carne, gás e outros produtos básicos domésticos é uma forma fundamental de Biden e seus colegas democratas defenderem o controle do Congresso nas eleições de meio de mandato de novembro, dizem os estrategistas.
Mas a capacidade de qualquer presidente norte-americano de cortar os preços a curto prazo nos mercados globais de produtos como petróleo e grãos é limitada, dizem os assessores da Casa Branca.
A influência sobre os gargalos da cadeia de abastecimento relacionados com os lockdowns na China contra a Covid e a invasão russa da Ucrânia, ambos elevando os preços, estão ainda mais fora de alcance, dizem eles.
O governo espera que a inflação diminua ainda mais em relação ao seu recente ritmo acelerado à medida que o ano avança, disseram os assessores, mas não a um nível que seria considerado aceitável.
Em resposta, a Casa Branca, que até recentemente descrevia o aumento da inflação como transitório, desenvolveu uma estratégia em três frentes: agir o mais agressivamente possível sobre os preços que acredita poder ter impacto sobre as margens, enfatizar o papel do presidente russo Vladimir Putin e a pandemia, e atacar os republicanos, sugerindo que suas políticas econômicas seriam piores.
A mudança não testada na mensagem vem depois que alguns democratas disseram à Casa Branca que ela está sendo muito lenta em levar a sério o problema político da inflação. Os democratas dizem que é muito cedo para afirmar se a nova mensagem vai influenciar os eleitores.
"Houve um excesso de promessas e uma falta de entrega", disse Jason Furman, professor de economia da Universidade de Harvard e ex-assessor do presidente Barack Obama.
"Agora a mensagem é mais realista". Mas ele disse que não estava claro se a nova mensagem vai satisfazer os eleitores.
Estrategistas políticos dizem que é importante para Biden transmitir empatia e ação, mesmo na ausência de boas opções, pois um partido republicano se une em torno de atacar o presidente por uma "Bidenflação".
"Eles precisam comunicar que as famílias estão lutando, mas eis o que estamos fazendo hoje", disse a pesquisadora democrata Celinda Lake, que acrescentou que os eleitores em grupos de foco estavam identificando a questão como sendo crítica para os democratas abordarem. "Apenas estar implacavelmente lá fora fazendo algo todas as semanas, todos os dias sobre estas questões."
Os republicanos culpam o Plano de Resgate Americano de 1,9 trilhão de dólares de dólares de Biden e outras políticas por impulsionarem a inflação, embora os preços tenham começado a subir antes de ele tomar posse e o fenômeno tenha sido global.
(Reportagem adicional de Howard Schneider)
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