Ibovespa fecha estável após Fed reafirmar mensagem em ata
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira encerrou estável nesta quarta-feira, apagando perdas leves após o Federal Reserve reiterar em ata de reunião de política monetária os discursos recentes de seus membros, o que reduziu temores de uma postura mais agressiva pela instituição do que o precificado no mercado.
Petrobras e Vale subiram, enquanto o setor financeiro cedeu na ponta contrária e ajudou a limitar uma recuperação maior do índice.
O Ibovespa fechou estável, a 110.579,81 pontos, após quatro altas seguidas. O volume financeiro foi de 23 bilhões de reais.
O Fed disse na ata que o aumento de 0,5 ponto percentual nos juros realizado no início de maio foi com base em decisão unânime entre os membros do comitê de política monetária da instituição, com "a maioria dos participantes" julgando que mais ajustes de 0,50 ponto seriam "provavelmente apropriados" nas próximas reuniões.
A reação dos mercados norte-americanos foi positiva - e o Ibovespa acompanhou - já que os traders precificam na curva de juros dos Estados Unidos altas de 0,5 ponto na próxima reunião, após declarações de membros do Fed nas últimas semanas.
"O mercado estava preocupado que o Fed pudesse indicar na minuta uma ação mais forte do que está precificado para as próximas reuniões", disse o economista-chefe do banco MUFG, Carlos Pedroso.
Os principais índices em Wall Street subiram entre 0,6% e 1,5%.
Para o economista do MUFG, o momento positivo do Ibovespa nas últimas sessões deve-se a essa leitura de que o aperto monetário nos EUA não será tão agressivo quanto se temia, o que traz perspectiva positiva para commodities e para o índice como um todo. Além disso, ele cita uma perspectiva melhor para economia brasileira, ao menos no curto prazo, na esteira de diversas revisões altistas de crescimento econômico no ano por analistas.
Na cena local, potencial votação na Câmara dos Deputados de proposta que fixa teto de 17% para a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica segue no radar.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subiu 1,4% diante de leve alta nos preços do petróleo Brent. 3R PETROLEUM ON avançou 3,1%, a quinta alta seguida, e PETRORIO ON fechou 1% no positivo.
- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 2,6%, ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,8%, BRADESCO PN cedeu 1,1% e BANCO DO BRASIL ON recuou 0,6%. Ainda no setor financeiro, B3 desvalorizou-se 0,9%.
- VALE ON exibiu alta de 0,3% e siderúrgicas fecharam em direções distintas. Os contratos futuros de aço em Xangai não registraram grandes alterações de preços, com preocupação por lockdowns na China contrapondo medidas de estímulos econômicos. Contratos do minério de ferro fecharam com acréscimo de 0,4% em Dalian, mas caíram no mercado à vista para entrega na China, segundo dados da consultoria SteelHome.
- MRV ON mostrou valorização de 3,8%, após analistas do Credit Suisse elevarem a recomendação da ação a "outperform". Além disso, o jornal O Estado de S.Paulo publicou que a subsidiária da empresa nos EUA planeja investir 6 bilhões de reais nos próximos cinco a seis anos e deve ganhar um sócio nos próximos três a quatro meses. Noticiário do setor envolvendo ampliação dos financiamentos para o programa Casa Verde e Amarela também ficou no radar.
- AMERICANAS ON estendeu queda da última sessão e apontou recuo de 4,3%. VIA ON cresceu 6,3%, a quinta alta seguida e a nona nos últimos dez pregões.
- CARREFOUR BRASIL ON mostrou baixa de 1,2%. O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição do Grupo BIG pela empresa, mas com restrições que já tinham sido acordadas pelas companhias junto ao órgão de defesa da concorrência.
- SULAMÉRICA UNIT expandiu 3,7% e REDE D'OR ON avançou 3,5%. A seguradora está em processo de venda à rede de saúde.
- CPFL ENERGIA ON teve queda de 2,4%, após analistas do JPMorgan revisaram as recomendações para o setor de energia elétrica e rebaixaram a recomendação do papel a "neutra". ISA CTEEP PN, que não faz parte do Ibovespa, perdeu 2,1% após ser rebaixada a "underweight", enquanto AES BRASIL ON, outra que não compõe o índice, registrou ganhos de 2,1% após ser elevada a "neutra".
- ARCO disparou 11,4% em Nova York, após a empresa brasileira de educação divulgar resultados na véspera.
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