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Inflação da zona do euro atinge 8,1% em maio e bate novo recorde

Bandeira da União Europeia - Cristina Arias/Cover/Getty Images
Bandeira da União Europeia Imagem: Cristina Arias/Cover/Getty Images

Da Reuters, em Bruxelas (Bélgica)*

31/05/2022 07h39

A inflação da zona do euro atingiu novo recorde em maio, desafiando a visão do Banco Central Europeu de que aumentos graduais das taxas de juros a partir de julho serão suficientes para domar o aumento dos preços.

A inflação nos 19 países que compartilham o euro acelerou de 7,4% em abril para 8,1% em maio na base anual, superando as expectativas de 7,7%, com aumento generalizado dos preços, indicando que não se trata mais apenas de energia.

Os preços subiram acentuadamente em toda a Europa ao longo do último ano, inicialmente devido a problemas na cadeia de abastecimento após a pandemia, depois com a guerra da Rússia na Ucrânia, sugerindo que uma nova era de rápido crescimento de preços está agora varrendo uma década de inflação ultrabaixa.

Embora a inflação seja agora quatro vezes a meta de 2% do BCE, as autoridades do banco central podem estar mais preocupadas com o rápido aumento dos preços subjacentes, o que indica que o que antes era visto como um salto transitório nos preços está agora se enraizando.

A inflação excluindo alimentos e energia, observada de perto pelo BCE, acelerou de 3,9% para 4,4% na base anual, enquanto uma medida ainda mais restrita, que também exclui álcool e tabaco, acelerou de 3,5% em abril para 3,8% em abril.

Tendência de alta começou em novembro

A inflação da Eurozona iniciou em novembro do ano passado uma forte tendência de alta, devido ao aumento dos preços da energia, e a partir de então a cada mês estabeleceu um novo recorde da série histórica.

No fim de fevereiro, no entanto, o início do conflito militar na Ucrânia agravou dramaticamente a tendência, por seu impacto sobre os preços da energia e os efeitos sobre o mercado mundial de alimentos.

Ao considerar os componentes da inflação em maio, a Eurostat aponta que os preços da energia representaram em maio uma alta de 39,2%, acima dos 37,5% registrados em abril.

Da mesma forma, os preços dos alimentos (em um conjunto estatístico que engloba alimentos, bebidas e tabaco) subiram 7,5%, contra 6,3% de abril.

Entre as principais economias da UE, a Espanha registrou uma inflação de 8,5% em ritmo anual, depois do índice de de 8,3% em abril.

*Com informações da agência de notícias AFP