Dólar tem maior queda em 16 meses e vai abaixo de R$5,40 com ajustes
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em firme queda ante o real nesta segunda-feira, a mais forte desde março de 2021, com investidores realizando lucros depois de a moeda renovar máximas em seis meses e à medida que as atenções se afunilam para a decisão de juros nos Estados Unidos nesta semana.
O dólar à vista caiu 2,28%, a 5,3723 reais. É a maior baixa percentual diária desde 10 de março de 2021 (-2,39%).
O patamar é o menor desde o último dia 11, quando a cotação encerrou em 5,3713 reais.
A forte queda do dólar deixou o real no topo do desempenho entre 33 pares da moeda norte-americana nesta sessão.
O dólar, aliás, caía 0,2% ante uma cesta de moedas de países ricos, vendas que se estenderam ao mercado doméstico, mas com muito mais intensidade tanto pelo "beta" (medida de sensibilidade) mais alto do real quanto pelo fato de a moeda brasileira ter perdido mais que os pares recentemente e caído a mínimas desde janeiro.
O real vinha sendo penalizado adicionalmente por causa do aumento das incertezas político-fiscais, em meio à perspectiva de que a torneira de gastos aberta poucos meses antes das eleições pode não ser fechada em 2023.
Nesse sentido, ajudou fala do secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, de que o marco legal vigente hoje não prevê pagamento de Auxílio Brasil de 600 reais no ano que vem.
Mas de toda forma o componente externo tem tido peso preponderante na formação de preço da taxa de câmbio. E, com base nos cenários em curso, analistas ainda enxergam risco de mais depreciação do real.
O Morgan Stanley, por exemplo, considera que o dólar está em "bull market" (tendência de alta) tanto do ponto de vista tático (curtíssimo prazo) quanto estratégico (prazo um pouco mais estendido).
Profissionais do banco calculam que a moeda terminará setembro --mês que antecede a eleição presidencial-- valendo 5,80 reais, antes de cair para 5,60 reais ao fim do ano. As taxas equivalem a valorizações de 7,96% e 4,24%, respectivamente, em comparação à desta segunda-feira.
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