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Aliado ao centrão e a atingidos por escândalos, Bolsonaro publica tuítes criticando "sistema"

29/09/2022 11h55

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, publicou nesta quinta-feira uma série de tuítes em que critica o "sistema" e o apoio dado neste mês ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ex-candidatos à Presidência, a três dias do primeiro turno da eleição presidencial, no qual é apoiado por parlamentares do centrão e por nomes que já foram presos e condenados por corrupção.

"Pela primeira vez na história você está podendo enxergar o que o sistema é capaz de fazer para se manter no controle de tudo, inclusive da sua vida. Hoje, está claro que as 'diferenças' do passado não eram nada além de 50 tons de vermelho. Nós desmascaramos todo esse teatro!", escreveu o presidente na rede social, em publicação acompanhada de foto em que Lula posa ao lado de oito ex-presidenciáveis.

"Como surgiu, agora apelam para uma suposta causa maior: defender a democracia. Mas como podem defender algo que se fundamenta justamente no que eles sempre desprezaram, que é o povo? É porque não é defesa da democracia, mas do sistema que construíram para se perpetuar no poder", acrescentou Bolsonaro na série de tuítes, que cita escândalos de corrupção nos governos petistas.

Lula reuniu os apoios dos ex-candidatos a presidente Geraldo Alckmin --hoje candidato a vice do petista--, Henrique Meirelles (União Brasil), Marina Silva (Rede), Cristovam Buarque (Cidadania). Guilherme Boulos (PSOL), Luciana Genro (PSOL), Fernando Haddad (PT) e João Goulart Filho (PCdoB) em um evento em São Paulo neste mês. O grupo afirmou defender a candidatura do petista diante do que veem como uma ameaça à democracia representada por Bolsonaro.

O presidente ataca frequentemente o Judiciário e já disse que pode descumprir decisões judiciais e insinuou que pode não aceitar o resultado da eleição caso saia derrotado.

Apesar de sua retórica antissistema, que o ajudou a se eleger em 2018 em meio a uma onda antipolítica, Bolsonaro aliou-se no Congresso aos partidos do chamado centrão, que apoiaram a maioria dos governos desde a redemocratização --inclusive os dois mandatos de Lula-- em troca de espaço na gestão federal.

O presidente, que também diz com frequência que não há corrupção em seu governo, apesar de denúncias de irregularidades, como no Ministério da Educação e as suspeitas sobre a construção de seu patrimônio e familiares, é apoiado, por exemplo, pelo ex-presidente Fernando Collor, cassado em meio a um escândalo de corrupção em 1992, Valdemar Costa Neto, presidente de seu partido e condenado e preso no escândalo do mensalão, e Roberto Jefferson, também condenado e preso no mensalão, e pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso por corrupção na Lava Jato.