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Ibovespa tem declínio modesto com exterior e fiscal ofuscando Petrobras e Vale

28/11/2022 18h30

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma queda modesta nesta segunda-feira, com varejistas entre as maiores quedas na esteira de dados fracos da Black Friday, enquanto preocupações fiscais e o exterior desfavorável prevaleceram sobre a alta de Petrobras e Vale.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,18%, a 108.782,15 pontos, tendo oscilado da mínima de 108.377,75 pontos à máxima de 109.476,06 pontos.

O volume financeiro somou 18,7 bilhões de reais, novamente bem abaixo da média do mês, com o Brasil voltando a campo na Copa do Mundo no começo da tarde e afetando a liquidez na bolsa paulista, mesmo com o mercados norte-americano aberto.

Investidores também continuam na expectativa de um desfecho sobre a PEC da Transição, que abre espaço para um aumento dos gastos públicos a partir de 2023, bem como da equipe ministerial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula está em Brasília para reforçar as negociações sobre a PEC. No final da tarde, o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que estava apresentando a PEC nesta segunda e que irá buscar o apoio de 26 senadores.

Ele reforçou que a PEC precisa ser aprovada sob a pena de país não ter um orçamento para o ano que vem.

Na visão de Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos, apesar da alta de Petrobras e Vale, a cautela com as negociações da PEC de Transição e a expectativa de anúncios da equipe ministerial de Lula seguraram o índice no zero a zero.

"Investidores esperam para ver o que será do orçamento e dos gastos no novo governo", afirmou.

Wall Street começou a semana no vermelho, com protestos na China contra as políticas restritivas contra Covid adicionando receios sobre crescimento econômico, enquanto a Apple caiu com preocupações acerca do impacto na produção do iPhone.

DESTAQUES

- PETROBRAS ON avançou 2,1%, a 24,36 reais, encontrando apoio na melhora dos preços do petróleo, enquanto persistem incertezas sobre a estratégia da petrolífera de controle estatal com a troca de governo no país em 2023. A equipe de transição reuniu-se com a empresa nesta segunda-feira, e entre os assuntos discutidos pediu que a companhia suspenda venda de ativos. No exterior, o Brent fechou em queda de 0,5%, após recuar 3,6% no começo da sessão.

- VALE ON subiu 0,49%, a 81,3 reais, oferecendo um suporte relevante, em dia de fechamento sem direção comum dos futuros do minério de ferro na Ásia. No radar, protestos contra as rígidas restrições da Covid-19 na China, principal produtora mundial de aço. As siderúrgicas, porém, caíram, capitaneadas por USIMINAS PNA, que cedeu 4,34%.

- AMERICANAS ON desabou 9,68%, a 9,89 reais, na esteira de dados considerados fracos sobre as vendas da Black Friday no país, que pressionou outras ações de varejo, como VIA ON, que caiu 6,7%, e MAGAZINE LUIZA ON, que encerrou em baixa de 2,92%. LOJAS RENNER ON também figurou na ponta de baixa, com declínio de 4,4%. Em Nova York, MERCADO LIVRE perdeu 3,18%, mesmo reportando alta de 10% nas vendas na Black Friday.

- RUMO ON valorizou-se 3,65%, a 19,6 reais, tendo de pano de fundo relatório do Bank of America elevando a recomendação para os papéis para "compra". Os analistas do banco norte-americano também elevaram CCR para "neutra", enquanto cortaram Weg para "neutra" e Iochpe para "underperform". CCR ON subiu 2,29%, enquanto WEG ON caiu 4,09%. IOCHPE ON, que não está no Ibovespa, cedeu 7,5%.

- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,81%, a 25,52 reais, e BRADESCO PN recuou 0,13%, a 15,33 reais. Dados do Banco Central mostraram nesta segunda-feira que a inadimplência em recursos livres no Brasil ficou em 4,2% em outubro, nível mais alto em quase quatro anos, de 4,1% em setembro. Mas o spread bancário no mesmo segmento ficou em 30,3%, de 28,6% em setembro. BANCO DO BRASIL ON subiu 1,81%.

- IRB BRASIL ON fechou em baixa de 5,13%, a 0,74 real, voltando a tocar a mínima histórica apurada em 18 de novembro, após um respiro na última semana, quando acumulou alta de 5,4%. As ações seguem pressionadas pelas preocupações com os prejuízos sequenciais e o risco de precisar outro aumento de capital após uma oferta bilionária de ações no começo de setembro para atender a requisitos regulatórios.