Ibovespa recua com NY e queda de varejistas
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caiu nesta sexta-feira pressionado por recuo em Wall Street, onde o temor de recessão econômica foi dominante após alta de juros nesta semana, e em meio a uma série de indefinições políticas no Brasil.
Vale foi a maior influência negativa, em sessão também de queda para varejistas, enquanto Itaú Unibanco e Banco do Brasil limitaram as perdas.
O Ibovespa caiu 0,85%, a 102.855,70 pontos. Na mínima, o índice cedeu a 102.248,42 pontos, e, na máxima, subiu a 104.017,56 pontos. O volume financeiro da sessão somou 32,1 bilhões de reais, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações.
Na semana, o índice acumulou baixa de 4,3%, com alta de juros nos Estados Unidos, na zona do euro e na Inglaterra, e nomeações e pautas do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pesando sobre os ativos.
"É comum quando tem um noticiário tão deteriorado como tivemos nesta semana o investidor ficar relutante na sexta-feira em dormir o final de semana comprado", disse Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama.
Os principais índices em Nova York caíram nesta sexta-feira, o que ajudou a puxar o Ibovespa para baixo, com o recado do Federal Reserve de que os juros devem ficar altos por mais tempo do que o esperado ainda ressoando entre os agentes financeiros, que temem uma recessão econômica. O S&P 500 cedeu 1,1%.
Localmente, a confirmação na noite da véspera de que a votação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados ficou para semana que vem juntou-se a outras indefinições no radar do mercado, como a tramitação da alteração na Lei das Estatais no Senado e nomeações de Lula que ainda não foram feitas.
"Estamos vendo um governo com orientação econômica cada vez mais heterodoxa", disse Soares.
No mais, a B3 divulgou nesta sexta-feira a segunda prévia da composição do Ibovespa para os quatro primeiros meses de 2023 com exclusão das ações de IRB Brasil e Positivo.
DESTAQUES
- VALE ON exibiu queda de 1,71%, a 85,68 reais. O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado em Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 0,5%, enquanto em Cingapura o contrato de referência para janeiro caiu 1,2%.
- MAGAZINE LUIZA ON apontou recuo de 8,85%, a 2,37 reais, em sessão ruim para varejistas e construtoras diante da alta dos juros futuros, em especial de vencimentos médios e longos. Além disso, analistas do Itaú BBA reiniciarem a cobertura da empresa com recomendação "market perform", enquanto a equipe do BB Investimentos rebaixou a "neutra" e cortou preço-alvo. AMERICANAS ON e VIA ON, que também tiveram preço-alvo reduzidos pelo BB Investimentos, perderam 7,89% e 5,45%, respectivamente.
- CEMIG PN teve alta de 2,91%, a 10,95 reais, EDP BRASIL ON subiu 0,71%, enquanto TAESA UNIT perdeu 1,97%, após empresas estarem entre as ganhadoras de leilão de transmissão de energia elétrica nesta sexta-feira.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou em 1,11%, a 23,68 reais, BANCO DO BRASIL ON subiu 2,03%, a 32,60 reais, e SANTANDER BRASIL UNIT expandiu 1,40%, a 26,04 reais. Já BRADESCO PN diminuiu 0,14%, a 13,82 reais.
- PETROBRAS PN fechou com variação positiva de 0,05%, a 22,05 reais, mas caiu 10,8% na semana, com temores de mudanças na governança das estatais e foco nos potenciais planos do novo governo para a petrolífera. A empresa ainda saiu como operadora de três blocos no pré-sal leiloados nesta manhã. O petróleo Brent recuou cerca de 2,4% no exterior com os agentes financeiros digerindo as últimas decisões de política monetária por bancos centrais.
- DEXCO ON subiu 2,62%, a 7,45 reais, após aprovar bonificação de ações.
- SABESP ON cedeu 2,80%, a 53,78 reais, após aprovar plano de investimento de 26,2 bilhões de reais para os próximos cinco anos.
- IRB BRASIL ON fechou estável, a 0,72 real, enquanto POSITIVO ON perdeu 2,96%, a 7,55 reais. As duas ações foram excluídas da composição do Ibovespa na segunda prévia do índice para janeiro a abril de 2023 divulgada nesta manhã. Positivo já tinha ficado de fora na primeira prévia.
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