Gafisa tem dia volátil após Justiça liberar aumento de capital; Tanure compra
(Reuters) - As ações da Gafisa mostravam volatilidade nesta segunda-feira, tendo recuado quase 20% no pior momento e avançado 14% na máxima do dia, no primeiro pregão após a Justiça do Estado de São Paulo anular decisão da semana passada e permitir o aumento de capital privado da companhia.
Por volta de 16:55, os papéis da construtora tinham elevação de 2,17%, a 23,50 reais. Mais cedo, porém, chegaram a cair a 18,45 reais (-19,78%).
Só em 2023, as ações contabilizam valorização em torno de 140%, que na visão da XP Investimentos pode ser atribuída a 'short squeeze', quando a valorização de uma ação obriga investidores que estão 'vendidos a descoberto' (apostando na queda na ação) a encerrar suas posições.
Em comentário a clientes na semana passada, a estrategista Jennie Li e a analista Rebecca Nossig ressaltaram que Gafisa era o papel "mais shorteado do mercado até o dia 29 de dezembro, com 22,9% das ações tomadas em posições vendidas".
De pano de fundo do movimento, está o descontentamento entre acionistas minoritários com o aumento de capital da companhia, que somou 78 milhões de reais, a um preço de 5,89 reais por ação. Anunciada no final de novembro, a operação foi homologada no último dia 3.
A Justiça de São Paulo havia decidido na última quinta-feira pela imediata suspensão da emissão de ações da Gafisa, mas reverteu a decisão, segundo fato relevante da empresa enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no domingo.
A companhia afirmou no comunicado que a eventual suspensão do aumento de capital "impactaria severamente o fluxo de caixa da companhia".
Em paralelo, a MAM Asset Managemente, veículo dos investimentos do empresário Nelson Tanure, vem aumentando sua posição na companhia, com o comunicado mais recente nesta segunda-feira mostrando que chegou a uma fatia de 26,5%. Em 5 de janeiro, era de 11,42%.
(Por Paula Arend Laier)
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