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Ibaneis diz à PF que ficou revoltado com PMs confraternizando com manifestantes e fala em "sabotagem"

13/01/2023 20h30

BRASÍLIA (Reuters) - O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou nesta sexta-feira em depoimento à Polícia Federal que desconhecia o caráter violento dos atos que resultaram na depredação as sedes dos Três Poderes, no domingo, e se disse revoltado com imagens de policiais militares que confraternizavam com os manifestantes em vez de contê-los, levantando a possibilidade de "sabotagem".

No depoimento prestado espontaneamente à PF, Ibaneis argumentou ter "uma história de vida ligada ao respeito à democracia e ao estado de direito". Relatou, ainda, que recebia informes sobre as questões de segurança naquele domingo e que "nenhuma dessas tratou de possíveis ações radicais que estavam sendo organizadas polos acampados".

"O declarante não quer e não pode generalizar esta afirmação, mas ficou revoltado quando viu cenas de alguns PMs se confraternizando com manifestante", diz trecho do depoimento de Ibaneis. "O declarante entende que houve algum tipo de sabotagem que a investigação ora desenvolvida deverá esclarecer", segue o depoimento, no qual o governador afastado diz ter exonerado seu então secretário de Segurança, Anderson Torres, por ter perdido a confiança nele.

No relato à PF, Ibaneis diz que confiava na atuação da Polícia Militar naquele domingo, a exemplo do trabalho exitoso da segurança durante a posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ibaneis foi afastado por 90 dias no próprio domingo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes -- decisão posteriormente referendado pelo plenário da corte. A decisão de Moraes considera ter havido participação ou omissão dolosa das autoridades públicas de segurança do DF.

O ministro também decretou a prisão preventiva do ex-secretário Anderson Torres e do ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF, coronel Fábio Vieira,

O governador afastado também figura, ao lado de Torres, como alvo de inquérito para por omissão nos atos que levaram à invasão e depredação dos edifícios-sede dos Três Poderes no último domingo.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)