Haddad defende integração da América Latina e incorporação de membros ao Mercosul
Por Bernardo Caram
(Reuters) - Uma integração dos países da América Latina “é um imperativo” para o desenvolvimento do continente, em processo que deve envolver ligações de infraestrutura e ampliação de acordos comerciais, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também defendeu uma incorporação de membros ao Mercosul.
"Se nós não pensarmos em formas de integração regional, eu acho que nós vamos ter muita dificuldade de decolar", disse.
Em painel sobre liderança na América Latina do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Haddad também mencionou uma possibilidade de haver integração dos mercados financeiros da região, que, segundo ele, carecem de competitividade e acesso a crédito.
"Você vê oportunidades que serão mais bem aproveitadas se houver integração de infraestrutura, integração energética, integração comercial e, quem sabe, de forma mais ambiciosa, uma integração dos próprios mercados financeiros da região", disse.
Na apresentação, ele afirmou que a energia limpa, ao contrário do petróleo, tem a limitação de não ser facilmente transportável. Isso, na avaliação do ministro, pode ser uma vantagem por permitir maior interligação das Américas, ao mesmo tempo em que atrai empresas ao continente, o que pode viabilizar uma reindustrialização verde e eficiente.
O ministro não foi específico sobre qual tipo de integração financeira poderia ocorrer no continente e não entrou em detalhe sobre quais países poderiam ser incorporados ao Mercosul.
O Mercosul tem como países membros efetivos Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, sendo que este último está com participação suspensa. Há ainda entre países associados Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Bolívia e Suriname.
(Por Bernardo Caram, em Brasília)
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