Dólar tem leve queda após série de altas de olho em Lula na Argentina e inflação
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista exibia leve queda frente ao real nesta segunda-feira, após abertura estável, influenciado pelo cenário externo e tendo no radar uma nova piora nas expectativas de inflação na pesquisa Focus e visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina.
Às 10:31 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,29%, a 5,1934 reais na venda.
Na B3, às 10:31 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,38%, a 5,2010 reais.
"Está acompanhando bem o cenário externo", disse à Reuters o chefe de câmbio na Tullett Prebon Brasil, Italo Abucater, sobre o movimento do câmbio nesta manhã. Ele mencionou noticiário mais fraco e fluxo de entrada de recursos vindo do exterior neste início de ano. "Expectativa no curto prazo é de entrada no primeiro trimestre".
No exterior, o dólar operava praticamente estável ante uma cesta de moedas fortes, enquanto caía contra a maioria das divisas emergentes. Parte dos mercados asiáticos, incluindo a China, está fechado devido ao feriado de Ano Novo Lunar, o que deve reduzir a liquidez.
O cenário de inflação global e temores de recessão econômica, ambos com consequências em política monetária, seguiam como os principais temas nos mercados internacionais.
Em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse, Lula defendeu no final de semana em carta escrita conjuntamente com o presidente argentino, Alberto Fernández, uma maior integração econômica entre os países.
As medidas a serem assinadas incluem um acordo para financiar exportações brasileiras em operações com garantias do país vizinho com liquidez internacional, disse à Reuters uma fonte do governo brasileiro que participou das negociações.
Os dois líderes também defenderam o desenvolvimento de uma moeda regional para uso comercial, de modo a elevar o comércio entre as partes, que sofre com as dificuldades de divisas da Argentina. O texto causou turbulência pelo entendimento de que os dois países estariam planejando adotar uma moeda comum em todos os sentidos, o que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nega. Segundo ele, que também está na Argentina, não existe conversas para criar uma moeda única.
A potencial moeda comum não causava grandes movimentos nos ativos brasileiros na manhã desta segunda-feira, mas, segundo a equipe da Ativa Investimentos, aumenta as incertezas sobre o governo.
"A ideia, além de confusa, carece de detalhes e amplia os receios e as incertezas que o atual governo já vem causando desde o início de seu mandato", escreveu a Ativa em comentário a clientes.
Lula deve falar com a imprensa às 12h40, segundo sua agenda oficial, após reunião com Fernández pela manhã.
Declarações de Lula sobre medidas econômicas e críticas suas à independência do Banco Central e à atual meta de inflação pesaram no dólar na semana passada, gerando certa cautela no mercado.
Ainda na cena local, a pesquisa semanal Focus, do BC, mostrou nova piora nas expectativas de inflação para 2023 e 2024, enquanto a projeção dos economistas do mercado para a taxa Selic no final do que vem aumentou de 9,25% para 9,50%.
Na sexta-feira, o dólar subiu 0,68%, a 5,2086 reais na venda, em seu terceiro avanço consecutivo.
(Por André Romani)
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