Japão prevê que aumento nos juros expandirá sua dívida
Por Tetsushi Kajimoto
TÓQUIO (Reuters) - O Japão elevou suas estimativas para os juros de longo prazo nos próximos anos em projeções fiscais semestrais divulgadas nesta terça-feira, após a ação do banco central japonês no mês passado de permitir que o rendimento do título de 10 anos se mova com um limite maior.
As projeções mais recentes também mostraram que o Japão perderá sua meta de equilíbrio orçamentário até o ano fiscal que termina em março de 2026, com um déficit maior do que o visto anteriormente em julho passado. As últimas projeções mostraram que a meta orçamentária será atingida no ano fiscal de 2026.
Os aumentos nos juros testarão a capacidade do governo de pagar a dívida mais pesada do mundo industrial, com mais que o dobro do tamanho do Produto Interno Bruto anual do Japão.
O governo conta com custos de empréstimos baixíssimos há uma década sob o agressivo estímulo monetário do presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda. Apesar do intenso afrouxamento monetário e dos gastos fiscais flexíveis, a economia do Japão cresceu em média apenas 1% na última década, enquanto Kuroda atuou no comando do banco central.
Agora, os investidores em títulos recentemente tentaram quebrar o limite de 0,5% do banco central no rendimento do título de 10 anos, já que a inflação está em uma máxima de 41 anos de 4%.
"Vemos que os juros subjacentes serão um pouco mais altos, o que fará com que a dívida governamental pendente se mova para cima devido à ação do Banco do Japão no mês passado", disse uma autoridade do Escritório do Gabinete. "Esperamos que os níveis de juros subjacentes permaneçam".
Os juros de longo prazo subirão de 0,3% neste ano fiscal para 0,4% entre 2023 e 2025, antes de subirem eventualmente para 3,1% no ano fiscal de 2032, no final do período de previsão, mostraram as projeções.
A relação dívida/PIB atingirá o pico de 217% no ano fiscal de 2022, antes de cair de forma estável ao longo do período de previsão com base em suposições otimistas de que a economia atingirá um crescimento anual de 2%.
As projeções mostram que, caso os juros de longo prazo subam mais 0,5 ponto percentual, isso aumentará a relação dívida/PIB em 3,3 pontos percentuais.
(Reportagem de Tetsushi Kajimoto)
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