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Credit Suisse afunda quase 25% após principal acionista rejeitar injetar mais dinheiro

15/03/2023 10h15

Por Noele Illien

ZURIQUE (Reuters) - O Credit Suisse despencou nesta quarta-feira (15) na Bolsa, renovando mínimas históricas, depois que seu maior investidor afirmou que não poderia fornecer ao banco suíço mais assistência financeira por questões regulatórias.

"Não podemos, porque iríamos acima de 10%. É uma questão regulatória", disse o presidente do conselho de administração do Saudi National Bank, Ammar Al Khudairy, nesta quarta-feira.

As ações do Credit Suisse fecharam a 1,70 franco suíço, em queda de 24,2%, vindas de uma sequência de perdas. No pior momento, chegaram a cair quase 30%, a 1,57 franco suíço.

O banco saudita adquiriu uma fatia de quase 10% no ano passado depois de participar do aumento de capital do Credit Suisse e se comprometeu a investir até 1,5 bilhão de francos suíços (1,5 bilhão de dólares) na instituição.

O tombo das ações do Credit Suisse pressionava os mercados de ações de forma geral, uma vez que reacende parte do nervosismo entre os investidores sobre a resiliência do sistema bancário global após o colapso do norte-americano Silicon Valley Bank no final de semana.

O Banco Nacional da Suíça (SNB) se dispôs a fornecer liquidez ao Credit Suisse, caso necessário, em comunicado.

Falando em uma conferência do Morgan Stanley nesta quarta-feira, Ralph Hamers, presidente-executivo do rival suíço UBS, disse que o banco se beneficiou da recente turbulência do mercado e viu entradas de dinheiro.

"Nos últimos dias, como você pode esperar, vimos fluxos de entrada", disse Hamers. "É claramente uma fuga para a segurança, mas acho que três dias não são uma tendência."

Entenda a crise do banco

O Credit Suisse publicou na terça-feira seu relatório anual de 2022 dizendo que o banco identificou "fraquezas materiais" nos controles sobre relatórios financeiros e que as saídas de clientes ainda não acabaram.

O segundo maior banco da Suíça está tentando se recuperar de uma série de escândalos que minaram a confiança de investidores e clientes. As saídas de clientes no quarto trimestre aumentaram para mais de 110 bilhões de francos suíços (120 bilhões de dólares).

O custo de garantir os títulos do banco contra a inadimplência disparou. Os CDS de cinco anos sobre a dívida do Credit Suisse aumentaram para 574 pontos-base, de 549 bps no último fechamento, de acordo com dados da S&P Global Market Intelligence, marcando um novo recorde.

No início desta semana, o presidente-executivo do Credit Suisse, Ulrich Koerner, disse em uma conferência que o índice de cobertura de liquidez do banco foi em média de 150% no primeiro trimestre deste ano - bem acima dos requisitos regulatórios.