Lula pretende conversar com Xi sobre Ucrânia e aprova encontro entre Rússia e China

(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que pretende conversar sobre negociações de paz para a guerra na Ucrânia com o presidente da China, Xi Jinping, em sua viagem ao país asiático na próxima semana, e acrescentou que aprova o encontro entre o líder chinês e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Se depender de mim, vai", disse Lula ao ser questionado, em entrevista à TV 247, se iria tratar da guerra entre Rússia e Ucrânia com o Xi durante sua visita ao país asiáticos.

Lula lembrou que o Brasil condenou a invasão russa, mas que é preciso que mais países falem sobre a possibilidade de paz, enquanto os Estados Unidos e a Europa seguem fornecendo armas à Ucrânia no conflito.

"O Brasil disse textualmente: nós condenamos a invasão da integridade territorial da Ucrânia. Nós achamos que a Rússia não poderia ter feito isso, não precisaria ter feito isso. Mas fez. A guerra está lá faz um ano. Então agora é preciso que alguém comece a falar em paz. Porque os Estados Unidos, a Europa não está falando em paz. Está todo mundo direta e indiretamente envolvido naquela guerra", defendeu, destacando ainda que a Rússia "não é um país qualquer" e é muito importante para manutenção da paz mundial.

Lula elogiou a visita que Xi faz a Rússia está semana, saudando o encontro como uma "boa novidade".

"Então eu vou conversar com Xi Jinping, porque a China é um país extremamente importante, que pode ter uma discussão mais séria com os Estados Unidos", afirmou. "Então é um assunto que eu vou conversar com o presidente da China e eu acho que a China... já é uma grande novidade a China ter ido lá agora, uma boa novidade. Porque é preciso que a gente pare todo mundo e fale vamos voltar a conversar. E eu estou convencido que o Brasil pode dar uma contribuição extraordinária para colocar fim a guerra e voltar a paz."

Lula embarca para a China no próximo sábado e fica no país até o dia 30. Na volta ao país, fará uma visita aos Emirados Árabes Unidos, no dia 31.

(Por Pedro Fonseca, Fernando Cardoso e Lisandra ParaguassuEdição de Luana Maria Benedito)