Ativos brasileiros estendem rali após dados dos EUA
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - Os ativos brasileiros estendiam nesta quarta-feira um rali iniciado na véspera, depois que dados de inflação norte-americanos mais fracos do que o esperado aliviaram temores sobre a agressividade da política monetária do Federal Reserve, somando-se a um otimismo crescente sobre o cenário fiscal e inflacionário do Brasil.
O índice de preços ao consumidor norte-americano subiu 0,1% no mês passado, desacelerando após avançar 0,4% em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Nos 12 meses até março, o índice avançou 5,0%, o resultado mais fraco desde maio de 2021. Em fevereiro a inflação havia subido 6,0% na base anual.
Na esteira dos dados, às 13:20 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 1,33%, a 4,9410 reais na venda, rondando os patamares intradiários mais baixos desde junho do ano passado, operando com muita folga abaixo do nível psicológico de 5 reais.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa avançava 0,72%, a 106.983,79 pontos, depois de mais cedo ter chegado a se aproximar dos 108 mil pontos.
"Vindo abaixo do que o mercado esperava, isso aí começa a deixar um pouco mais claro e abre espaço para o Fed, na próxima reunião, não aumentar os 0,25 (ponto percentual) e pelo menos manter a taxa de juros", disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.
No que diz respeito ao câmbio, a perspectiva de juros menos altos nos EUA joga a favor do real, que fica mais atraente para investidores estrangeiros quando há um amplo diferencial de custos de empréstimo entre Brasil e economias desenvolvidas. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que é apontado como fator de impulso para a moeda local há meses.
Já nas bolsas globais, a maioria dos setores tende a se beneficiar de um cenário menos restritivo à atividade nos Estados Unidos, cuja saúde econômica afeta o resto do mundo.
No entanto, investidores também têm apontado um desmonte de temores inflacionários e fiscais locais como pilar de sustentação para os ativos brasileiros, que na véspera dispararam, com o Ibovespa saltando mais de 4% e o dólar caindo mais de 1%.
Na terça-feira, o IBGE informou que a leitura do IPCA de março ficou abaixo do esperado pelos mercados, alimentando esperanças de moderação da alta dos preços e de possível corte de juros pelo Banco Central ainda este ano, o que provavelmente atrairia fluxos para a bolsa local, elevando a demanda por reais.
Além disso, houve no final do mês passado a apresentação pelo governo de uma proposta de arcabouço para as contas públicas que impede que os gastos federais cresçam mais do que a receita. "Apesar de visões mistas, sobretudo no que diz respeito à fonte das receitas, a proposta inicial conseguiu trazer alívio ao câmbio", disse Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.