Dólar fecha em alta firme ante real em dia de divulgação do novo arcabouço
Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa pela entrega ao Congresso do novo arcabouço fiscal permeou os negócios durante todo o dia nesta terça-feira e fez o dólar à vista subir ante o real pela segunda sessão consecutiva, apesar de no exterior a moeda norte-americana se manter em baixa ante outras moedas de exportadores de commodities.
O dólar à vista chegou a recuar ante o real na abertura, mas rapidamente as cotações passaram para o território positivo. Por trás do movimento estavam os receios de que o arcabouço pudesse surpreender negativamente, trazendo uma lista de itens que não estariam sujeitos ao limite de gastos.
Com a divulgação do texto do documento, no meio da tarde, o dólar chegou a bater o valor máximo do dia, mas desacelerou pouco depois. Ainda assim, terminou a sessão com alta firme.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9766 reais na venda, em alta de 0,78%. Apesar da alta, a moeda norte-americana permaneceu abaixo da linha psicológica dos 5 reais pela quinta sessão seguida.
Na B3, às 17:34 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,67%, a 4,9830 reais.
Pela manhã, às 9h10, o dólar à vista chegou a marcar a mínima de 4,9104 reais (-0,56%), reagindo à divulgação de dados bons na China. O país asiático divulgou durante a madrugada números positivos do varejo, da indústria e do PIB.
No entanto, pouco mais de uma hora depois, às 10h32, a moeda norte-americana atingiu 4,9932 (+1,12%).
“Foi um movimento técnico. Quando o dólar se aproxima dos 4,90 reais, ele chama compras”, disse Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
“E as mudanças no arcabouço fiscal também pressionaram as cotações. Lá atrás, o mercado recebeu bem o arcabouço, mas agora ele está modulando as posições em função das notícias. Isso é normal”, acrescentou.
Notícias divulgadas na imprensa de que o novo arcabouço traria uma lista de itens que estariam fora do limite de gastos fizeram os investidores serem mais cautelosos: o dólar reagiu em alta ante o real, a bolsa em baixa e as taxas dos contratos futuros subiram.
Após idas e vindas na divulgação, o governo revelou o texto no meio da tarde. Nele, foi estabelecido que para o período de 2024 a 2027 as despesas públicas não poderão crescer mais do que 70% da variação da receita líquida recorrente do governo. Haverá ainda um piso e um teto para balizar esse crescimento de gastos, que poderá variar anualmente entre 0,6% e 2,5% acima da inflação.
Com o texto circulando nas telas, o dólar marcou a cotação máxima do dia às 15h52, marcando 4,998 reais (+1,22%).
Depois disso, a moeda norte-americana desacelerou os ganhos, mas ainda assim se manteve na contramão do exterior. Lá fora, a divisa dos EUA recuava ante outras moedas.
Às 17:34 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,36%, a 101,740.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
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