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FMI vê incerteza sobre política monetária do Japão e possível impacto global

04/05/2023 09h41

Por Leika Kihara

(Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta quinta-feira para a "incerteza" em torno da direção da política monetária do Japão, dizendo que uma possível mudança nos juros ultrabaixos pode ter um impacto significativo nos mercados financeiros globais.

Krishna Srinivasan, diretor do Departamento da Ásia e Pacífico do FMI, também apontou para os riscos em torno das perspectivas econômicas da Ásia, incluindo o enfraquecimento das exportações para economias avançadas, a desaceleração da produtividade na China e a fragmentação do comércio global.

"No médio prazo, esperamos que a economia chinesa experimente uma desaceleração na produtividade e no investimento, o que reduzirá o crescimento para abaixo de 4% até 2028", disse ele.

"Além disso, vemos um risco de que a economia global se fragmente em blocos comerciais", o que pode ser um golpe particularmente pesado para a Ásia dependente de exportações, disse Srinivasan em um briefing na reunião anual do Banco Asiático de Desenvolvimento em Incheon, na Coreia do Sul.

Enquanto a maioria dos bancos centrais asiáticos deve continuar apertando a política monetária, o Japão continua sendo uma exceção com a inflação ainda moderada - embora isso possa mudar.

"Há incerteza sobre a direção da política monetária no Japão, em meio a um aumento da inflação", disse Srinivasan.

"Mudanças na política monetária do Japão que levam a novos aumentos nos rendimentos dos títulos do governo podem ter repercussões globais por meio de investidores japoneses, que têm grandes posições em instrumentos de dívida no exterior", disse Srinivasan.

Com a inflação excedendo a meta de 2%, os mercados estão repletos de especulações de que o Banco do Japão pode modificar a política de controle de rendimento de títulos nos próximos meses.

O banco central japonês manteve os juros ultrabaixos na sexta-feira, mas anunciou um plano para revisar seus movimentos de política monetária, preparando o terreno para o novo presidente da instituição, Kazuo Ueda, eliminar gradualmente o enorme programa de estímulo monetário de seu antecessor.