Ibovespa recua pressionado por blue chips; Alpargatas dispara
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, após avançar em 11 das 12 sessões anteriores, com blue chips pressionando negativamente, enquanto Alpargatas disparou em meio a anúncio de oferta de compra de ações por controladores.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,48%, a 110.213,12 pontos. O volume financeiro somou 21,1 bilhões de reais.
De acordo com análise técnica do Itaú BBA, o Ibovespa segue em tendência de alta no curto prazo. "A expectativa, agora, é se vai continuar o movimento. Caso consiga, a próxima parada está em 114.900 pontos."
Do lado da baixa, de acordo com relatório enviado a clientes, os analistas Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta acrescentaram que uma realização de lucros deve ocorrer somente se o índice perder o suporte inicial em 109.600 pontos.
Uma agenda relevante na semana ajudou a deixar o Ibovespa "de lado", com aguardada votação do marco fiscal na Câmara dos Deputados e o IPCA-15 em destaque no cenário doméstico.
Segundo Fabrício Gonçalvez, presidente-executivo da BOX Asset Management, o mercado teve um dia estável, principalmente por causa do arcabouço que deve ser votado nesta semana, mas com o Ibovespa enfraquecido por Vale, Petrobras e Itaú.
Nos Estados Unidos, a negociação sobre um aumento do teto da dívida norte-americana continua no radar, assim como devem ocupar as atenções a leitura preliminar do PIB no primeiro trimestre e a inflação medida pelo PCE.
Em Wall Street, a semana começou sem uma direção única, com o S&P 500 terminando quase estável e o Nasdaq avançando 0,5%, enquanto o Dow Jones caiu 0,4%.
DESTAQUES
- ALPARGATAS PN saltou 17,41%, a 10,52 reais, após controladores anunciarem oferta para compra de até 32 milhões de ações da dona da Havaianas a 10,50 reais cada. Para analistas do Citi, o movimento pode ser interpretado no mercado como passo inicial para uma aquisição mais ampla e possível cancelamento de registro.
- VALE ON caiu 1,6%, a 68,1 reais, na esteira do declínio dos futuros do minério de ferro na Ásia. O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, também publicou que o governo iniciou uma articulação para deter mais poder na Vale. E a mineradora ainda reafirmou interesse em cisão de área de metais para transição energética.
- PETROBRAS PN cedeu 1,16%, a 25,62 reais, mesmo com a alta dos preços do petróleo Brent no exterior. A ANP autorizou a companhia o restante das instalações do Polo Bahia Terra, enquanto a Fitch disse que a nova estratégia comercial da empresa ressalta vulnerabilidade política.
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 1,9%, a 26,36 reais, enquanto BRADESCO PN perdeu 1%, a 15,92 reais.
- CIELO ON recuou 3,71%, a 5,19 reais, em ajustes após um começo de mês mais positivo. Analistas do BTG Pactual reiteraram recomendação de compra para os papéis em relatório com data de sexta-feira, citando resultados e fundamentos operacionais sólidos. "Nós ainda enxergamos como uma ótima ação para deter."
- AZUL PN avançou 9,38%, a 15,4 reais, endossada por relatórios de analistas do Bank of America e do Itaú BBA elevando a recomendação das ações para "neutra" e "compra", respectivamente. O BofA também aumentou o preço-alvo dos papéis para 18 reais, de 11,80 anteriormente. No setor, GOL PN subiu 3,73%, a 8,06 reais.
- MAGAZINE LUIZA ON fechou com elevação de 4,4%, a 3,8 reais, terceira alta seguida, após um tombo de mais de 15% na semana passada, na esteira do prejuízo do primeiro trimestre.
- BRASKEM PNA encerrou negociada em baixa de 3,23%, a 23,4 reais, conforme segue suscetível a especulações envolvendo a venda do controle da petroquímica.
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