Ibovespa cai com temor sobre dívida dos EUA; real sobe após aprovação do texto-base do arcabouço
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caía nesta quarta-feira em meio a cena externa desfavorável, à medida que as negociações para elevar o teto da dívida norte-americana se arrastam, embora a aprovação do texto-base do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados desse sustentação ao real frente ao dólar.
As perdas da bolsa paulista estavam em linha com o recuo dos três principais índices de Wall Street, depois que representantes do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e dos republicanos do Congresso norte-americano encerraram outra rodada de negociações sobre o teto da dívida na terça-feira sem sinais de avanço.
O dólar, no entanto, caía frente ao real, a despeito da resiliência da divisa norte-americana no exterior, uma vez que a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da regra fiscal na noite de terça-feira, por 372 votos favoráveis e 108 contrários, após ajustes de última hora feitos no texto pelo relator Cláudio Cajado (PP-BA) para tornar menos generosa a regra de gastos em 2024.
Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercado da Stonex, disse que o texto aprovado veio "um pouco mais restritivo, mais firme, no sentido do controle dos gastos públicos, e, de certa forma, agrada aos investidores".
Além disso, ele avaliou que a folga na aprovação mostra "elevada capacidade de articulação" do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nessa linha, Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, disse que "o mercado pode fazer uma regra de 3 simplória e começar a achar que a (reforma) tributária pode passar mais fácil" após o forte apoio da Câmara ao arcabouço, embora tenha alertado que "seguem no ar as dúvidas quanto à trajetória das despesas e da dívida pública".
Nesta quarta-feira os deputados analisarão destaques que podem mudar o texto da nova regra fiscal se aprovados e, depois disso, a matéria irá ao Senado.
De volta à cena externa, o foco também fica sobre o Federal Reserve, que às 15h (de Brasília) divulgará a ata de sua última reunião de política monetária, que pode oferecer mais pistas sobre se o banco central de fato pausará seu ciclo de alta de juros em junho, como precificado pela maior parte dos mercados.
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