CPMI dos ataques de 8 de janeiro elege Arthur Maia presidente, senadora Eliziane Gama será relatora
Por Fernando Cardoso
(Reuters) - O Congresso Nacional instalou nesta quinta-feira a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro e o colegiado elegeu o deputado Arthur Oliveira Maia (União Brasil-BA) como presidente da comissão, ao passo que a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) será a relatora.
A escolha do presidente e da relatora pelos 32 membros da CPMI -- 16 deputados e 16 senadores -- ocorreu por meio de um acordo entre os blocos parlamentares encabeçado pelo líder do governo Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP).
Oliveira Maia já havia confirmado no mês passado que seu nome era cotado para presidir a CPMI, enquanto a relatoria ainda era dúvida até esta manhã, quando Eliziane surgiu como a principal cotada.
"Quero agradecer a confiança de meus pares, que através deste acordo promovido pela inteligência política da oposição, do governo e dos partidos independentes, conseguiu construir uma chapa que venha dar credibilidade aos trabalhos que temos pela frente", disse Oliveira Maia ao assumir a presidência da comissão.
O União Brasil e o PSD têm cada um os titulares de três ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas as bancadas dos dois partidos declaram-se independentes no Congresso.
A CPMI ainda contará com dois vice-presidentes, o senador Cid Gomes (PDT-CE), como 1º vice, e o senador Magno Malta (PL-ES), como 2º vice. Malta será o único representante da oposição na mesa diretora do colegiado.
A CPMI terá duração de 180 dias e deve se tornar palco de intensos embates políticos entre a base e a oposição ao governo Lula.
Levando-se em conta apenas as siglas que compõem os blocos na Câmara dos Deputados e no Senado, o governo conta com a maioria das cadeiras na comissão. No entanto, a base aliada ainda não está consolidada e muitos dos partidos que integram esses blocos não entregam seus votos integralmente a favor do governo.
No dia 8 de janeiro deste ano vândalos apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com a vitória eleitoral de Lula invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), num episódio classificado por Lula como tentativa de golpe de Estado.
O STF já tornou réus mais de mil pessoas acusadas de envolvimento nos ataques e a Polícia Federal deflagrou a operação Lesa Pátria, que já realizou 12 fases para apurar os atos de 8 de janeiro.
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