Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Dólar tomba a R$4,8556 com otimismo doméstico e expectativas sobre Fed

09/06/2023 09h08

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar acelerou suas perdas nesta sexta-feira e chegou a marcar 4,86 reais, em sessão de volumes reduzidos na volta do feriado de Corpus Christi, com investidores citando otimismo sobre a cena macroeconômica doméstica enquanto aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve da semana que vem.

Às 12:10 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 1,00%, a 4,8750 reais na venda. No menor patamar do dia, o dólar tombou 1,40%, a 4,8556 reais na venda. Caso mantivesse essa cotação até o fim dos negócios, a divisa norte-americana registraria a menor cotação de encerramento desde 6 de junho do ano passado.

Na B3, às 12:10 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,1%, a 4,8980 reais.

A aceleração das perdas do dólar foi atribuída por participantes do mercado a visões mais construtivas sobre a cena doméstica, em meio a sinais convincentes de arrefecimento da inflação e resiliência da atividade. "No Brasil o ambiente é de maior otimismo com o cenário macroeconômico como um todo", disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

Já Roberto Motta, estrategista da Genial Investimentos, escreveu em publicação no Twitter que está "construtivo com o real desde os 5,20... nossa balança (comercial) está surpreendendo... o 'carry' está entrando; em outras palavras: vai sobrar dólar no Brasil, e quem vai comprar?".

Ele se referiu a operações de "carry trade", que buscam lucrar com os diferenciais de juros entre duas economias. No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido apontado como um dos principais pilares de sustentação do real.

Operadores destacaram ainda que as negociações desta sexta-feira sentiam os efeitos do feriado local da véspera. Entre esses efeitos, foram citados a baixa liquidez, que tende a exacerbar as oscilações da taxa de câmbio, e movimentos de ajuste à oscilação vista no exterior enquanto o mercado nacional estava fechado.

Na quinta-feira, o índice norte-americano S&P 500 registrou alta de 20% em relação a mínimas do final do ano passado, consolidando um cenário de mercado em alta ("bull market" em inglês), enquanto o dólar caiu para o menor nível em duas semanas frente a uma cesta de pares fortes.

A fraqueza da divisa norte-americana foi alimentada em parte por dados da véspera que mostraram que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego saltou para um pico de mais de um ano e meio.

"Essa tendência pode indicar que a desaceleração econômica está começando a afetar o mercado de trabalho", disse a XP em nota. "Esses resultados estão alinhados com a perspectiva da XP de que o Federal Reserve não realizará mais aumentos nas taxas de juros neste ano."

Especialistas dizem que cenário de manutenção dos custos dos empréstimos nos EUA tende a jogar contra o dólar, uma vez que reduz as perspectivas de rentabilidade do mercado norte-americano, tornando praças de juros mais altos mais atraentes para investidores estrangeiros.

Na última sessão, na quarta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9244 reais na venda, com alta de 0,26%.